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‘Não serei expulsa do PTB que é da minha família há quatro gerações’, diz Cristhiane Brasil

Após críticas contra ela feitas pelo seu pai, o presidente da legenda, Roberto Jefferson, ela negou qualquer racha familiar e atribuiu a crise do partido à gestão da interina.

‘Não serei expulsa do PTB que é da minha família há quatro gerações’, diz Cristhiane Brasil

A ex-deputada Cristhiane Brasil sob os olhares do pai, Roberto Jefferson, na Câmara dos Deputados Foto: — Foto:ANTONIO AUGUSTO / Infoglobo

RIO — Em meio a especulações sobre um possível processo de expulsão dentro do PTB, a ex-deputada Cristhiane Brasil partiu para o ataque contra a presidente interina do partido, Graciela Nienov. Ao GLOBO, Brasil afirmou que Graciela vem agindo de forma “autoritária” no partido. Após críticas contra ela feitas pelo seu pai, o presidente da legenda, Roberto Jefferson, ela negou qualquer racha familiar e atribuiu a crise do partido à gestão da interina.

— A Graci (Nienov) está lutando contra moinhos. Não serei expulsa do PTB que é da minha família há quatro gerações. Eu escrevi esse estatuto (do partido) e se meus direitos foram negados vou recorrer na justiça — afirmou a ex-parlamentar que preside o diretório petebista de São Paulo — Se estou combatendo tirania contra meu pai, não vou deixar de combater no partido.

O racha entre as duas lideranças surgiu após a prisão de Jefferson, e em meio a expectativa da filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Cartas e áudios do cacique petebista com orientações partidárias — muitas vezes confusas, misturadas com pregações religiosas e ataques a adversários como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e ao “comunismo” — vêm sendo divulgados por pessoas ligadas a Graci, que é sua pupila no partido e foi empossada informalmente por Jefferson como interina após sua prisão.

Em um áudio divulgado recentemente, além de reafirmar que Graci é sua “protegida” e que ela responde por ele nas questões partidárias durante sua detenção, o ex-deputado disse não entender a “mágoa” de Cristhiane com a interina.

“Graci tem minha proteção mesmo. Sei que a Cris (Brasil) vai passar dessa bobagem. Ela vai acordar. Uma filha querida, guerreira, vai cair em si e isso vai se superar”.

Em outro trecho, após uma série de comentários homofóbicos sem alvo, Jefferson afirma de forma confusa que Cristiane e o blogueiro Oswaldo Eustáquio estariam “conspirando” e se “rebelando” dentro do partido. Apesar de mostrar irritação com as atitudes do pai, Cristhiane negou qualquer rompimento com ele.

— Eu, Cristiane, resolvo minhas diferenças com ele diretamente. Ele que gosta de me expor publicamente. Eu acho isso ridículo, mas não vou fazer isso — desabafou.

A ex-deputada afirmou que o pai “não está bem da cabeça” e questionou as intenções por trás dos vazamentos das mensagens enviadas de dentro da prisão e de um hospital no Rio de Janeiro, onde ele se recupera de uma cirurgia de cateterismo.

— Meu pai na condição em que está não deveria estar divulgando áudios ou cartas. Se ela (Graciela) realmente prezasse pela liberdade dele não faria isso, pois só atrapalha sua saída — disse Brasil.

Segundo a ex-deputada, os desentendimentos com a cúpula do partido começaram após uma divergência num grupo de WhatsApp do diretório nacional do PTB. Graciela Nienov teria ficado incomodada com uma mensagem de Oswaldo Eustáquio defendendo Jefferson compartilhada pelo Padre Kelmon, uma liderança religiosa ligada ao partido. Após uma discussão, Kelmon e Brasil foram expulsos do grupo.

Apesar de reconhecer a “ascendência” que a interina do PTB exerce sobre seu pai, ela nega que Graci tenha controle sobre o partido.

— Meu pai está preso, ele não se afastou para ela assumir e nem houve deliberação sobre isso. Não é só ela que pode defender publicamente meu pai e não posso compactuar com perseguição contra pessoas que estão justamente defendendo ele.

Brasil afirma que está aberta para sentar com a interina e resolver as diferenças. Segundo ela, recentemente Graci lhe mandou uma mensagem, mas apagou na sequência. Ela negou que a expectativa da chegada de Bolsonaro possa gerar conflitos no partido, como ocorreu no Patriota, afastando as chances de sua filiação.

— O PTB ajustou seu conteúdo para o conservadorismo que têm as bandeiras do presidente. E não acredito que ele exige controle, mas quer ser ouvido e o partido está aberto.

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