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Operação investiga desvio de respiradores da Secretaria de Saúde do DF por médico da rede pública

Durante pandemia, servidor revendia equipamentos do GDF por meio de contratos sem licitação, diz polícia. Pasta afirma que 'está colaborando com autoridades'.

Operação investiga desvio de respiradores da Secretaria de Saúde do DF por médico da rede pública

Polícia Civil do DF faz apreensão de documentos durante operação que investiga desvio de equipamentos da rede pública — Foto: — Foto:PCDF/divulgação

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu sete mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (3), durante uma operação que investiga o desvio de respiradores e de outros equipamentos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal por suposto grupo criminoso liderado por um médico da rede pública.

O servidor alvo da investigação, Fabiano Duarte Dutra, é ligado a uma das diretorias do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (IGES-DF), que administra hospitais e unidades de pronto atendimento da capital e já foi preso em outra operação, que apurava a existência de uma suposta Máfia das Próteses.

LEIA MAIS: Polícia Federal faz operação para investigar compras de máscaras no Tocantins

Segundo a polícia, dessa vez, o médico se aproveitou do período de pandemia da Covid-19, em contratos emergenciais – sem licitação – para revender os materiais ao próprio GDF, usando empresas para intermediar o esquema.

A Secretaria de Saúde e o Iges-DF informaram ao G1 que estão “colaborando com as investigações”. Já o advogado do servidor disse à reportagem que o cliente “está absolutamente tranquilo. Não há desvio algum é isso será esclarecido”.

Os mandados judiciais foram cumpridos em endereços ligados a Fabiano Dutra, além de sócios das empresas investigadas, em unidades do Iges-DF e em uma importadora de produtos hospitalares localizada no Guará. Não houve prisões.

A operação, batizada de “In Rem Suam”, faz referência à expressão “mandato em causa própria”. As ações foram realizadas pela Coordenação Especial de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (CECOR), com apoio da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público do Distrito Federal (Prosus).

Outro lado

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que colabora com as autoridades e que “não pode revelar maiores detalhes [sobre o caso] para não atrapalhar as investigações”.

Já o Iges-DF, afirmou que ” todos os dados necessários serão repassados à equipe que conduz a operação”. O instituto disse ainda que “não adquiriu insumos ou equipamentos com as empresas investigadas”. Leia a íntegra da nota:

“O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) esclarece que está colaborando com as autoridades nesta quarta-feira (3/6).

O IGESDF reforça que a gestão é pautada pela transparência, não tolera irregularidades e todos os dados necessários serão repassados à equipe que conduz a operação.

Ressalta, ainda, que não adquiriu insumos ou equipamentos com as empresas investigadas.”

Operações pelo país

Nos últimos dias, a Polícia Federal cumpriu mandados em outros estados como parte de operações que também apuram supostos desvios de recursos que deveriam ser usados no combate ao coronavírus.

No Amapá, mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos na sexta-feira (29) durante a 2ª fase da operação Vírus Infecto. Um dos locais de busca foi a sede da Secretaria de Estado da Saúde, no Centro de Macapá.

Em Recife (PE), na quinta-feira (28), houve a segunda fase da operação Apneia, que investiga a compra de respiradores pela prefeitura da capital pernambucana através da Secretaria de Saúde com dispensa de licitação. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da prefeitura e na casa do secretário de Saúde da capital, Jaílson Correia, que teve o celular apreendido.

No Rio de Janeiro, a operação Placebo, deflagrada na última terça-feira (26) pela PF, cumpriu 12 mandados de busca e apreensão — um deles no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC), e outro na casa dele, no Grajaú.

A investigação no Rio apura supostas fraudes na contratação da Organização Social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) para construir hospitais de campanha. Witzel nega participar de esquemas.

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