O estagiário de direito Alexandre Nardoni, pai da menina Isabella Nardoni, 5, que morreu no último dia 29 de março, em São Paulo, deixou às 14h34 desta sexta-feira a carceragem do 77º DP (Santa Cecília), onde era mantido desde a quinta-feira passada (3). Ele e a mulher, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24, madrasta da menina, são apontados pela Polícia Civil como suspeitos. Jatobá aguarda para sair do 89º DP (Portal do Morumbi).
Os cordões formados por PMs para facilitar a saída de Nardoni causou tumulto na região. Diversos curiosos acompanharam com gritos de "justiça".
Nardoni deixa a prisão pouco mais de três horas após a concessão do habeas corpus em favor do casal pelo desembargador Caio Eduardo Canguçu de Almeida, do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo. Na decisão, o desembargador afirmou que a prisão dos dois não pode estar fundamentada em "simples e falíveis suspeitas".
Nardoni e Jatobá, depois de deixarem as delegacias, irão para uma unidade do IML (Instituto Médico Legal) fazer exames de corpo de delito. Os advogados responsáveis pela defesa dos dois não informaram para onde eles irão.
Habeas corpus
Nardoni e Jatobá estavam presos por força de um mandado de prisão temporária válido por 30 dias (porém prorrogáveis por mais 30 dias) que foi concedido pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri. Eles se apresentaram espontaneamente à Polícia Civil.
No pedido de prisão, a Polícia Civil, corroborada pelo Ministério Público, argumentava que, uma vez solto, o casal retornaria ao apartamento em que o crime ocorreu, prejudicando o acesso dos peritos, e entraria em contato com testemunhas como funcionários do prédio e vizinhos, dificultando o andamento do inquérito.
No pedido de habeas corpus, a defesa do casal argumentou que os dois têm endereço fixo, não possuem antecedentes criminais e não oferecem risco às investigações. Nesta sexta, o desembargador concordou que os argumentos apresentados contra o casal são frágeis.
Folha