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Para Milton Ribeiro, deficiência elevada de crianças torna impossível convivência em aula

"Nós temos hoje 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência que é impossível a convivência", afirmou.

Para Milton Ribeiro, deficiência elevada de crianças torna impossível convivência em aula

A fala do ministro foi uma tentativa de explicar entrevista concedida há dez dias em que declarou que estudantes com deficiência "atrapalhavam, entre aspas", o aprendizado de outros alunos da mesma sala de aula. — Foto:Reprodução

RECIFE, PE (FOLHAPRESS) — O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou na tarde desta quinta-feira (19), durante agenda no Recife, que o grau de deficiência elevado de algumas crianças torna impossível a convivência em sala de aula.

“Nós temos hoje 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência que é impossível a convivência”, afirmou.

A fala do ministro foi uma tentativa de explicar entrevista concedida há dez dias em que declarou que estudantes com deficiência “atrapalhavam, entre aspas”, o aprendizado de outros alunos da mesma sala de aula.

O ministro tem criticado o que chama de “inclusivismo” na educação brasileira. “O que o nosso governo fez? Em vez de simplesmente jogá-los dentro de uma sala de aula, pelo ‘inclusivismo’, nós estamos criando salas especiais para que essas crianças possam receber o tratamento que merecem e precisam”, declarou.

Milton Ribeiro disse que suas falas foram retiradas de contexto. “Esses 12% (de alunos), elas são, realmente, elas se atrapalham mutuamente. Nem uma ouve, nem o outro entende. Porque uma criança, por exemplo, com um grau muito elevado de um tipo de problema, essa criança não consegue aprender”, declarou.

O pesquisador Rodrigo Hübner Mendes, fundador do Instituto Rodrigo Mendes, que promove programas de educação inclusiva no Brasil, declarou que as afirmações do ministro reforçam um desconhecimento técnico.

Ele afirma que o melhor caminho para crianças com deficiência conquistarem autonomia é a escola comum.

“A escola segregada, especial, foi um modelo testado que se mostrou fracassado. Várias gerações de crianças que passaram não construíram sua independência. Ficaram totalmente dependentes pelo fato de não terem sido suficientemente estimuladas”, destacou.

Hübner ressaltou que essa a visão de escola inclusiva gera uma educação melhor para todos alunos à medida que convivem em um ambiente mais diverso.

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