
Anderson Dias é daqueles que corre por gosto e não cansa, como disse Bial no início do programa. — Foto:Reprodução
No Conversa com Bial desta quarta-feira (4), o programa recebeu dois viajantes que se aventuraram por diversos países ao redor do mundo em prol de objetivos distintos.
Anderson Dias é daqueles que corre por gosto e não cansa, como disse Bial no início do programa. Ele usou sua visibilidade nas redes sociais para bancar uma volta ao mundo em 543 dias, na busca de entrar no livro do Guinness Book como o viajante mais rápido de todos os tempos.
Enquanto isso, em sete anos, a fotógrafa Barbara Veiga percorreu sete mares em defesa do meio ambiente. Essa viagem resultou em um livro documental e fotográfico.
Ninguém antes de Anderson tinha conhecido 196 países em tão pouco tempo – os 193 reconhecidos pela ONU, além de Vaticano, Kosovo e Taiwan. Antes dele percorrer, em média, três dias por país, teve que vender capinhas de celular nos ônibus de Recife.
Anos depois, montou uma pequena loja de acessórios de celulares, mas ainda não estava feliz.
“Foi aí que eu tive um sonho em que eu entrava em um avião branco”, relembra. Para o baiano de alma pernambucana, esse foi o momento em que cedeu para sua antiga paixão: as viagens.
Buscou na internet quem tinha sido a pessoa que foi a todos os países do mundo em menos tempo e decidiu que iria bater o recorde. Para isso, vendeu a lojinha, começou a se capacitar como influenciador digital e pôs o pé no mundo. Saiu com 130 mil reais, o suficiente para viver por três meses, e apostou no engajamento das redes sociais para bancar o restante da viagem.
“Eu sempre falo que quem tem privilegio não pode construir um muro mais alto, tem que construir uma mesa maior.”
Para entrar em alguns países, Anderson foi escoltado por guardas armados e teve que alugar uma AK-47 no Iêmen. Na África, avistou piratas em alto-mar e, em Paris, curtiu a festa do Neymar ao lado de Daniel Alves e Mbappé.
No papo, Anderson também revela que quase foi preso na Líbia, mas foi salvo pela paixão de um soldado por Pelé. Bial também lembra que o maior jogador de todos os tempos já o salvou algumas vezes na vida de correspondente internacional.
“O Pelé não sabe a força diplomática que tem.”
Na viagem, teve que aprender a falar inglês, francês, espanhol e russo. Além disso, passou por experiências que mudaram sua vida, como em uma região da África, em uma situação em que as crianças tinham medo dele, pelo fato de ser branco.
“Foi muito triste perceber o quanto a influência da Europa destrói aquele ambiente.”
Anderson bateu o recorde de humano mais rápido do mundo a conhecer todos os países do planeta e o primeiro e único brasileiro a conhecer todos os países do globo.
Barbara Veiga também passou por várias experiências transformadoras. Com o sonho de mudar o mundo, a fotógrafa e documentarista fez sua primeira viagem em uma campanha de proteção à Amazônia para falar da importância da floresta. A missão despertou o desejo de conhecer o restante do mundo.
Foi aí que a ativista passou dois anos na Antártida para combater a matança de baleias causada por barcos japoneses.
“É na época do verão que essas ações são tomadas com mais frequência. Minha missão era ir a alto mar resgatar os animais inocentes.”
Barbara, depois de sete anos percorrendo sete mares, lançou um livro para contar sobre sua jornada ao redor do mundo. “É uma jornada sobre ser mulher no Oriente Médio, na Ásia e na África; sobre ser mulher num veleiro ou nas embarcações do Greenpeace e Sea Sheperd, no meio do oceano, por meses em cada campanha”, conta na orelha do seu livro.
Assim como Anderson, Barbara também passou por riscos. No programa, contou como foi abordada por piratas na Somália e ficou dois dias presa em uma solitária no Caribe.
“Eu quero ter a sensação de que eu vim aqui e deixei algo de útil pro mundo.”
Para Anderson, essas experiências mudam as pessoas mas, mais do que tudo, aproxima de casa.
” Eu visitei todos os países do mundo, mas o melhor é o Brasil.”