Conclusão

Polícia Federal conclui, em 2º inquérito, que Adélio agiu sozinho e sem mandantes no ataque a Bolsonaro

Ainda de acordo com as investigações, não foram comprovadas, por exemplo, a participação de agremiações partidárias, facções criminosas, grupos terroristas ou mesmo paramilitares.

Polícia Federal conclui, em 2º inquérito, que Adélio agiu sozinho e sem mandantes no ataque a Bolsonaro

Adélio Bispo foi preso no mesmo dia e, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, confessou ter sido o autor da facada. — Foto:Reprodução

A Polícia Federal (PF) concluiu que não houve mandantes para ataque contra o então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, que concorria pelo PSL, em 2018. De acordo com o segundo inquérito, presidido pelo delegado Rodrigo Morais e entregue nesta quarta-feira (13) à Justiça Federal, em Juiz de Fora, Zona da Mata Mineira, Adélio Bispo de Oliveira atuou sozinho, por iniciativa própria, tendo sido responsável pelo planejamento da ação criminosa e por sua execução, não contando, a qualquer tempo, com o apoio de terceiros.

“O que a investigação comprovou foi que o perpetrador, de modo inédito, atentou contra a vida de um então candidato à Presidência da República, com o claro propósito de tirar-lhe a vida”, destaca o delegado no inquérito.

Ainda de acordo com as investigações, não foram comprovadas, por exemplo, a participação de agremiações partidárias, facções criminosas, grupos terroristas ou mesmo paramilitares em qualquer das fases (cogitação, preparação e execução).

Detalhes do inquérito

O inquérito investigou minuciosamente todo o material apreendido com Adélio Bispo, como um computador portátil, aparelhos celulares e documentos. Foram analisados 2 terabytes de arquivos de imagens, 350 horas de vídeo, 600 documentos e 700 gigabytes de volume de dados de mídia, além de 1200 fotos.

Ao todo, 23 laudos periciais foram elaborados, 102 pessoas entrevistadas em campo e 89 testemunhas ouvidas no inquérito. Também foram realizadas diligências de busca e apreensão, quebras de sigilos fiscais, bancários e telefônicos.

Durante a investigação, a Polícia Federal analisou ainda mais de 40 mil e-mails recebidos e enviados em contas registradas por Adélio Bispo. Vídeos e teorias sobre suposta ajuda recebida por Adélio no momento do atentado, veiculadas em redes sociais, também foram periciadas por técnicos da corporação. Nenhuma dessas diligências apontaram informações relevantes.

Relembre

O atentado aconteceu em 6 de setembro de 2018, quando Bolsonaro, ainda como candidato a presidente da República, participava de um ato de campanha em Juiz de Fora. Adélio Bispo foi preso no mesmo dia e, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, confessou ter sido o autor da facada.

O primeiro inquérito, concluído em setembro do mesmo ano, comprovou que Adélio Bispo de Oliveira havia agido sozinho no momento do ataque e que a motivação teria sido “indubitavelmente política”. Ele então foi indiciado por prática de atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional.

Em março do ano passado, um laudo feito por peritos indicados pela Justiça Federal apontou que Adélio Bispo sofria de uma doença mental e que não poderia ser punido criminalmente pelo fato. De acordo com o laudo, o agressor tem a doença chamada transtorno delirante permanente paranoide e, por isso, conforme o documento, foi considerado inimputável.

O que resta

A única diligência pendente no inquérito feito pela Polícia Federal permanece na análise de conteúdo do celular do advogado Zanone Manoel de Oliveira Júnior, que prestou defesa de Adélio desde o dia seguinte da facada.

O aparelho foi apreendido durante operação de busca e apreensão, mas, por ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) impetrada no Tribunal Regional Federal (TRF-1), a perícia no celular seria ilegal. O TRF-1 submeteu a análise da ação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não autorizou nem negou as diligências da PF no aparelho.

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