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Por ‘dever de imparcialidade’, Fachin recusa convite de Bolsonaro para reunião com embaixadores

Ministro respondeu que não pode comparecer a eventos organizados por candidatos. Bolsonaro tem dito que, na reunião, questionará eleições passadas. Ele nunca apresentou provas de fraude.

Por 'dever de imparcialidade', Fachin recusa convite de Bolsonaro para reunião com embaixadores

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Edson Fachin — Foto:Reprodução

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Edson Fachin, declinou nesta sexta-feira (15) de um convite do presidente Jair Bolsonaro para que comparecesse na próxima segunda-feira (18) a um encontro com embaixadores no Palácio da Alvorada.

Por “dever de imparcialidade”, já que preside a Justiça Eleitoral, Fachin informou que não pode comparecer a eventos organizados por candidatos ou pré-candidatos — Bolsonaro é pré-candidato à reeleição.

Datado de quarta-feira (13), o convite assinado pelo embaixador André Chermont de Lima, chefe do Cerimonial da Presidência da República, não menciona qual é o tema do encontro com os “chefes de missão diplomática”.

Mas, em transmissões pela internet, Bolsonaro tem afirmado que pretende questionar os resultados de eleições. Ele frequentemente ataca o processo eleitoral e as urnas eletrônicas, mas nunca apresentou provas — inclusive já admitiu isso — das acusações de fraude que costuma fazer.

“Incumbiu-me o Senhor Presidente do Tribunal Superior Eleitoral de agradecer ao honroso convite, mas, na condição de quem preside o Tribunal que julga a legalidade das ações dos pré-candidatos ou candidatos durante o pleito deste ano, o dever de imparcialidade o impede de comparecer a eventos por eles organizados”, respondeu em ofício Fernanda Jannuzzi, chefe do Cerimonial do TSE.

O anúncio da reunião com os embaixadores foi feito por Bolsonaro em uma transmissão ao vivo por rede social no último dia 7. Ele afirmou que convocaria o encontro para falar sobre “como é o sistema eleitoral brasileiro”, com documentos sobre as eleições de 2014 e 2018.

“Será um PowerPoint mostrando tudo o que aconteceu nas eleições de 2014, 2018, documentado, bem como essas participações dos nossos ministros do TSE, que são do Supremo, sobre o sistema eleitoral”, declarou na ocasião. Na última terça-feira (12), Bolsonaro disse que o encontro reunirá “uns 50 embaixadores”.

Em 31 de maio, o TSE realizou o evento “Sessão informativa para embaixadas: o sistema eleitoral brasileiro e as eleições de 2022”, no qual diplomatas estrangeiros ouviram exposições de ministros e secretários do tribunal sobre as eleições e o sistema eletrônico de votação.

Bolsonaro chegou a reclamar do evento promovido pelo TSE. “Vê o que aconteceu na semana passada: o ministro Fachin convida, e aproximadamente 70 embaixadores vão ao TSE para ouvir dele as maravilhas que são as urnas eletrônicas brasileiras”, afirmou em 6 de junho.

Antes do evento com os embaixadores, o tribunal fez o teste de segurança das urnas eletrônicas e respondeu às recomendações do Ministério da Defesa sobre o sistema eleitoral.

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