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Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, propõe lockdown após aumento de casos de Covid-19

Proposta é de fechamento total por, no mínimo, duas semanas. Arthur disse que medida é alternativa para conter avanço de doença na capital após flexibilização de isolamento.

Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, propõe lockdown após aumento de casos de Covid-19

Amazonas (Manaus) - Banhistas se aglomeram e lotam a praia da Ponta Negra, na tarde deste domingo (6), em Manaus (AM). — — Foto:Edmar Barros/Futura Press/Estadão Conteúdo

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, propôs ao governador Wilson Lima que seja decretado lockdown — bloqueio total de circulação de pessoas — na capital por período mínimo de duas semanas. Após quatro meses de flexibilização do isolamento, a cidade voltou a registrar aumento no número de casos de Covid-19.

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendou o lockdown após atestar que Manaus vive uma segunda onda da doença. A primeira aconteceu entre os meses de abril e maio, quando o sistema público de saúde e sistema funerário entraram em colapso.

A declaração de Arthur foi dada nesta segunda-feira (28). Segundo Virgílio, o município não detém força policial para fazer valer as medidas e, por isso, sugeriu uma parceria com o governo do Estado.

LEIA MAIS: Governador descarta possibilidade de lockdown em Manaus após aumento de casos da Covid-19

“Propus ao governador que façamos juntos. Pode parecer desagradável, mas estou preocupado em salvar vidas. Sou a favor do lockdown por entender que isso pode, realmente, acabar de vez com essa ameaça de segunda onda, que seria catastrófica”, defendeu.
O G1 buscou um posicionamento do Governo do Amazonas sobre o pedido do prefeito, e aguarda resposta.

Para o prefeito de Manaus, é preciso crer na ciência, fonte que ele considera importante para que governantes tomem as decisões necessárias, para conter o avanço da Covid-19. Arthur citou uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que indica a chegada da segunda onda da pandemia na cidade.

O prefeito de Manaus também citou o aumento na demanda por sepultamentos. Dados da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), gestora dos cemitérios públicos de Manaus, mostram que durante o mês de agosto foram 77 mortes por Covid-19, de 867 sepultamentos e cremações realizadas; enquanto até o dia 27 deste mês de setembro já são 81, de 795 registros.

Na quinta-feira (24), o governo estadual decretou novamente o fechamento de bares, praias e balneários. Segundo o governo, a ocorrência de aglomerações em ambientes recreativos são responsáveis pelo aumento.

Aumento de casos

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) alertou, por meio de nota, enviada nesta segunda (28) para o aumento de 12% no número de casos de Covid-19 na comparação entre as últimas duas semanas em Manaus. O órgão aponta a necessidade de a população manter as medidas de prevenção ao novo coronavírus.

O aumento é registrado na comparação entre as Semanas Epidemiológicas 38 (entre os dias 14 e 18 de setembro) e 39 (entre 21 e 25 de setembro). Apesar do aumento na capital, a FVS-AM registra estabilidade de número de casos de Covid-19 em todo o estado.

Quanto aos óbitos, desde a Semana Epidemiológica 34 (16 a 22 de agosto) até esta segunda-feira (28), o número vem se se mantendo na média de 40 mortes por semana. Nas últimas duas semanas, ainda conforme o órgão, observou-se a redução de 15% no número de óbitos por Covid-19 em Manaus.

O governo já havia apontado, também, o aumento no número de internações pela doença, principal na rede privada. A ocupação dos leitos de UTI do sistema particular chegou a 70% nas últimas semanas. O governo descartou que a cidade viva uma segunda onda da doença.

Da flexibilização ao fechamento no AM

Quatro meses após flexibilizar a quarentena, o Governo do Amazonas voltou a adotar medidas de restrição para impedir a circulação da Covid-19. Dentre as mudanças, decretadas na quinta-feira (24), bares e balneários no estado voltaram a ser proibidos de atender ao público.

O Amazonas viveu a primeira onda de Covid-19 entre os meses de abril e maio, quando o sistema público de saúde da capital entrou em colapso. Na época, o número de mortes em Manaus ficou 108% acima da média histórica.

No dia 1º de junho, o governo começou a flexibilizar a quarentena, considerando a queda no número de internações por Covid-19. O decreto permitiu o retorno do comércio não essencial, por meio de quatro ciclos.

O quatro ciclo, iniciado em 6 de julho, incluiu autorização para funcionamento de bares e flutuantes. A partir do dia 27 de julho, também foi permitida a abertura de atividades de lazer, esporte e cultura no estado.

As escolas do Amazonas foram as primeiras do País a reabrirem as portas. As unidades da rede privada voltaram no dia 6 de julho, e escolas da rede estadual de ensino voltaram com as aulas presenciais para o ensino médio, apenas na capital, em agosto.

Com a flexibilização da quarentena, Manaus passou a ter dias e noites com registros de aglomerações em diversos pontos. Bares foram flagrados descumprindo medidas de proteção e 150 foram fechados por conta disso, até terça-feira (22).

O Complexo Turístico da Ponta Negra também registrou aglomeração intensa de pessoas após a reabertura. O local foi o primeiro a ter a abertura suspensa, no dia 18 deste mês.

No dia 11, em coletiva de imprensa, o governo informou que registrou “desaceleração” na redução dos casos em Manaus, e apontou que aglomerações eram responsáveis pelo aumento de casos. A rede privada de saúde registrou alta no número de internações.

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