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Presidente Jair Bolsonaro faz novo pronunciamento sobre pandemia do coronavírus no Brasil

BRASÍLIA — Em pronunciamento transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão na noite desta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 desde a fase inicial da doença. No discurso, ele contou que conversou com o cardiologista Roberto Kalil Filho, que admitiu ter usado o medicamento para se tratar da enfermidade.

— Após ouvir médicos, pesquisadores e Chefes de Estado de outros países, passei a divulgar, nos últimos 40 dias, a possibilidade de tratamento da doença desde sua fase inicial. Há pouco, conversei com o Dr. Roberto Kalil. Cumprimentei-o pela honestidade e compromisso com o Juramento de Hipócrates, ao assumir que não só usou a Hidroxicloroquina, bem como a ministrou para dezenas de pacientes. Todos estão salvos — declarou Bolsonaro.

Parabenizando o médico, que atende ex-presidentes Lula e Dilma, ele mencionou que o protocolo de testes ainda não foi finalizado, mas disse que Kalil relatou ter ministrado o medicamento agora, “para não se arrepender no futuro”.

— Essa decisão poderá entrar para a história como tendo salvo milhares de vidas no Brasil — comentou.

No pronunciamento, Bolsonaro reforçou a ideia de que é preciso resolver simultaneamente os problemas do novo coronavírus e do desemprego e deu um recado a governantes que adotaram medidas de isolamento, criticadas por ele desde o início da crise:

— Respeito a autonomia dos governadores e prefeitos. Muitas medidas, de forma restritiva ou não, são de responsabilidade exclusiva dos mesmos. O Governo Federal não foi consultado sobre sua amplitude ou duração. Espero que brevemente saiamos juntos e mais fortes para que possamos melhor desenvolver o nosso país — afirmou.

No início de sua fala, que durou quase cinco minutos, ele disse que seu papel como presidente é “olhar o todo, e não apenas as partes” e apontou que seu objetivo principal sempre foi salvar vidas.

Integrantes do Palácio do Planalto haviam adiantado que Bolsonaro pretendia passar uma mensagem de “equilíbrio dentro do seu governo” e diminuir a temperatura das crise política e sanitária no País.

Na semana passada, Bolsonaro adotou um tom “ameno” em pronunciamento em cadeia nacional. Na ocasião, o presidente baixou o tom sobre coronavírus e não pediu o fim do isolamento social, como já tinha feito antes, classificando o novo coronavírus como “o maior desafio da nossa geração”.

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