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Promotor do caso Richthofen diz que novas acusações de Suzane são “req

A suposta acusação de Suzane Richthofen contra Astrogildo Cravinhos, pai dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, já foi feita no passado e descartada pela própr

A suposta acusação de Suzane Richthofen contra Astrogildo Cravinhos, pai dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, já foi feita no passado e descartada pela própria garota em seu julgamento em agosto de 2006, afirma Roberto Tardelli, promotor do caso. Como mostrou reportagem exibida domingo (26) no programa Fantástico, da Rede Globo, o promotor de Justiça de Ribeirão Preto Eliseu Berardo, que investigava denúncias de maus-tratos contra presidiárias, afirmou ter ouvido de Suzane que Astrogildo teria a "autoria intelectual" do assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002.

Roberto Tardelli, promotor do caso, afirmou nesta segunda-feira (27) que as hipóteses levantadas representam "requentar um café que já está embolorado". Segundo ele, o crime está julgado, portanto, decidido. "Não muda nada para ela." Tardelli sustenta ainda que a eventual participação de Astrogildo foi apurada e afastada. "A Suzane, durante a investigação, jogou a culpa em dezenas de pessoas, inclusive no pai dos meninos. Essa versão chegou a ser aventada, mas logo se desfez", diz.

Tardelli desqualifica a nova acusação de que Astrogildo teria inclusive confeccionado as armas do crime. "O Daniel [Cravinhos] demonstrou para as autoridades policias como fez os artefatos, como planejou tudo. Isso está terminado."

Em junho de 2006, o jornal "Folha de S.Paulo" já anunciava em reportagem: "Suzane agora acusa o pai dos Cravinhos". No texto, a então denunciada sob suspeita de executar os pais afirmava que "Astrogildo Cravinhos, pai do Daniel, foi mentor do crime estava interessado na herança".

A tese, no entanto, não ganhou força e foi omitida por ela perante o júri. Na ocasião, quando foi solicitada a se defender, Suzane contou a versão de que seguia as ordens de Daniel. Citou que a família Cravinhos estaria interessada "em dinheiro", mas não apontou o pai dos jovens como peça-chave no homicídio.

"Genial"
O promotor do caso afirma ainda que não deve ser dado crédito a Suzane. Segundo ele, ela é uma pessoa da "manipulação, da mentira". "Ela não tem nenhum compromisso com a verdade. A capacidade que ela tem de enganar é muito maior do que as pessoas imaginam. Ela é genial nisso."

Por conta das supostas declarações de Suzane, a Procuradoria-Geral de Justiça enviará à Corregedoria-Geral do Ministério Público, nesta segunda-feira (27), ofício requisitando a instauração de procedimento disciplinar contra o promotor de Justiça Eliseu José Berardo Gonçalves.

Segundo nota oficial enviada, o objetivo é a "apuração de eventual falta funcional praticada em razão de o promotor não ter tomado providências à época em que tomou conhecimento de fato relevante em relação ao assassinato do casal Richthofen, o que somente foi revelado em entrevista concedida por ele ao programa Fantástico, da Rede Globo". A Procuradoria-Geral de Justiça solicitou à emissora cópia da entrevista exibida.

O promotor que concedeu a entrevista ao Fantástico é alvo de uma suspensão de 22 dias determinada pela Corregedoria do Ministério Público, em uma investigação interna para apurar eventual abuso contra Suzane, em 2007. Segundo a hoje detenta contou a uma juíza, o promotor de Justiça teria se declarado apaixonado por ela e colocado uma música romântica quando a condenada pelo assassinato dos pais foi ao gabinete dele. Ele nega.

Relembre o caso
Pela versão da polícia e da acusação, Manfred e Marísia von Richthofen foram assassinados no dia 31 de outubro de 2002, quando dormiam em sua casa, no bairro do Brooklin (zona sul de São Paulo). Suzane, Daniel e Cristian entraram na casa em silêncio. Os irmãos Cravinhos subiram as escadas junto com Suzane, que os avisou que os pais dormiam. Então, os irmãos desferiram golpes de barra de ferro contra Manfred e Marísia. Após matarem o casal, os dois cobriram os corpos com uma toalha molhada e sacos plásticos.

A biblioteca foi desarrumada para simular um latrocínio (assalto seguido de morte), com uma pasta marrom sendo cortada. Também foram levados, para reforçar a simulação, cerca de US$ 5.000, R$ 8.000 e jóias do casal que estavam na biblioteca. O dinheiro ficou com Cristian, que acabou usando uma parte do montante para comprar uma moto.

Ao deixarem o local do crime, Daniel e Suzane seguiram para um motel em São Paulo, enquanto Cristian seguiu para um hospital visitar um amigo. Depois de algum tempo, Daniel e Suzane foram ao encontro de Andreas von Richthofen, irmão da jovem, que havia sido deixado por Daniel em um cibercafé. Chegaram em casa, e Suzane ligou para a polícia informando do crime.

O policial militar Alexandre Paulino Boto, que atendeu ao chamado, chegou na casa e disse, no decorrer das investigações do crime, que havia estranhado o comportamento de Suzane quando ele respondeu que os pais da jovem estavam bem. “Como?”, perguntou Suzane espantada, segundo o relato de Boto durante o julgamento.

No decorrer das investigações, a delegada responsável pelo inquérito Cíntia Tucunduva, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), começou a suspeitar do comportamento de Suzane e Daniel diante da “tragédia” —eles protagonizavam cenas de amor, de acordo com a delegada. No dia 8 de novembro de 2002, os Cravinhos e Suzane confessaram, em interrogatório à delegada, a participação no assassinato dos casal Richthofen.

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