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Roberto Azevêdo anuncia saída da OMC um ano antes do fim do mandato

Segundo o porta-voz da organização, Keith Rockwell, o anúncio oficial será feito após uma reunião de Azevêdo com os chefes de delegação, às 11h (horário do Brasil) desta quinta

Roberto Azevêdo anuncia saída da OMC um ano antes do fim do mandato

Ele convocou uma reunião virtual para informar membros nacionais nesta quinta-feira à tarde sobre sua decisão de sair antes, disseram as fontes. — Foto:Reprodução

BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) – O chefe da OMC (Organização Mundial do Comércio), Roberto Azevêdo, anunciará sua saída nesta quinta-feira (14), mais de um ano antes do final de seu mandato, em uma decisão inesperada no momento em que o mecanismo da agência para resolver disputas está paralisado.

Segundo o porta-voz da organização, Keith Rockwell, o anúncio oficial será feito após uma reunião de Azevêdo com os chefes de delegação, às 11h (horário do Brasil) desta quinta.

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O brasileiro de 62 anos assumiu o cargo de diretor-geral da OMC em 2013 e está em seu segundo mandato, que deveria ser concluído no final de agosto de 2021.

Ele convocou uma reunião virtual para informar membros nacionais nesta quinta-feira à tarde sobre sua decisão de sair antes, disseram as fontes.

A saída dele acontece em um momento importante para o órgão de 25 anos, que viu seu papel na resolução de disputas comerciais ser afetado depois que seu Conselho de Apelação foi paralisado em dezembro por uma decisão dos Estados Unidos de bloquear a indicação de juízes.

Os chefes das delegações dos 164 membros da OMC foram convocados para a reunião especial marcada para as 11h (horário de Brasília) para informá-los sobre “importantes questões administrativas da OMC”.

A OMC disse que fará um anúncio após a reunião, mas que não comentaria até lá.
A OMC, que tem o objetivo de determinar regras globais de comércio, não produziu nenhum grande acordo internacional desde que abandonou a “Rodada de Doha” em 2015.

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Seus membros estão negociando um acordo para reduzir subsídios à pesca buscando permitir uma retomada dos estoques de peixe, enquanto um grupo menor está discutindo um possível acordo sobre e-commerce. Entretanto, persistem importantes diferenças, e os grupos estão longe de um consenso, necessário para fechar ambos os acordos.

Alguns membros, destacadamente os EUA, Japão e União Europeia, pressionam por reformas mais fundamentais. Eles dizem que as regras comerciais globais precisam refletir novas realidades, como uma China mais forte, e lidar com problemas como subsídios estatais e transferências forçadas de tecnologia.

Em discurso aos chefes de delegação na tarde desta quinta, Azevêdo anunciou que deixa o cargo em 31 de agosto de 2020: “Esta é uma decisão que não tomo de ânimo leve. Com o confinamento e minha recente cirurgia no joelho, tive mais tempo do que o habitual para refletir”.

Segundo ele, a decisão é “pessoal e familiar”, mas também é benéfica para a organização, que poderá iniciar a discussão sobre uma reforma de longo prazo da OMC e preparar a conferência ministerial do próximo ano (MC12) já sob um novo líder. A reunião, da qual participam ministros do Comércio dos países membros, é a principal instância de decisão da entidade.

“Quanto mais cedo eu permitir que vocês prossigam com o processo de seleção, melhor será. Devemos dar ao meu sucessor tempo suficiente para planejar não apenas a MC12, mas como ela se encaixa nos seus planos para o futuro da organização”, disse o diretor-geral.

Ele pediu aos países que priorizem uma seleção rápida do próximo diretor, para que a OMC comece 2021 com “foco nos desafios reais: garantir que o sistema multilateral de comércio responda às novas realidades econômicas, sobretudo à recuperação pós-Covid-19”. Azevêdo disse que a OMC não pode “ficar paralisada enquanto o mundo a sua volta muda profundamente”.

No discurso, ele listou como conquistas de seu período à frente da OMC o Acordo de Facilitação do Comércio, que passou a vigorar em 2017, a expansão do Acordo de Tecnologia da Informação e as decisões sobre segurança alimentar.

“Ativamos subsídios à exportação agrícola e mais exportações de bens e serviços dos países menos desenvolvidos”, acrescentou.

O diretor-geral disse que não está buscando “oportunidades políticas”.

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