Investigação

Sete pistolas da PM são apreendidas pela polícia no caso do garoto Guilherme

Um laudo necroscópico, entregue ao DHPP na sexta-feira (26), afirma que o jovem foi morto com dois tiros na cabeça.

Sete pistolas da PM são apreendidas pela polícia no caso do garoto Guilherme

A Corregedoria da Polícia Militar acompanha as investigações. — Foto:Pixabay/Imagem ilustrativa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Sete pistolas pertencentes à Polícia Militar foram entregues ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), no último dia 17, incluindo a arma pertencente ao sargento Adriano Fernandes de Campos, 41, preso sob suspeita de participar da morte do adolescente Guilherme Silva Guedes, 15, três dias antes em Americanópolis, na zona sul de São Paulo.

Um laudo necroscópico, entregue ao DHPP na sexta-feira (26), afirma que o jovem foi morto com dois tiros na cabeça. A polícia aguarda a conclusão de outro laudo, com o qual irá investigar de qual arma partiu os tiros que mataram o adolescente.

A Corregedoria da PM entregou ao departamento de homicídios pistolas, calibre ponto 40, usadas por dois policiais do CPA/M6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana 6), do ABC, onde trabalhava o único suspeito preso pelo crime, até o momento.

Também foram apreendidas pelo DHPP duas armas de policiais, do 22º Batalhão, e três do 3º Batalhão da PM, ambos na zona sul da capital paulista, onde Guedes foi visto pelo última vez com vida, antes de ser abordado por dois suspeitos armados. O corpo do jovem foi encontrado no limite entre a zona sul e Diadema (ABC), com ferimentos de tiros na boca, nuca e mãos.

Além das pistolas, foram entregues à Polícia Civil 243 munições, pertencentes aos policiais responsáveis pelas armas apreendidas -com patentes de soldado, cabo e sargento- além de um celular, pertencente ao PM suspeito pela morte do adolescente.

O PM preso nega participação no crime, segundo seus advogados de defesa. Ele ainda não prestou depoimento formalmente à Polícia Civil, que pretende indiciar o sargento pelo crime quando isso acontecer.

Além do sargento, o departamento de homicídios tenta identificar um segundo suspeito pelo assassinato, que aparece em imagens de câmeras de monitoramento, antes do adolescente desaparecer.

CORPO ENCONTRADO

O corpo de Guilherme Silva Guedes foi encontrado, por volta das 9h30 de domingo (14), no limite entre a zona sul de São Paulo e Diadema (ABC), com tiros na cabeça e em uma das mãos. Ele, no entanto, teria sido morto em outro local, antes de seu corpo ser abandonado no terreno onde foi localizado.

Segundo registrado pelo DHPP, o corpo do adolescente estava calçado somente com meias brancas. “Vale consignar que o solado das meias brancas que a vítima calçava estavam parcialmente limpos, apesar de o corpo ter sido encontrado em uma região de terra, valendo consignar também que seu par de tênis não foi encontrado”, diz trecho do documento policial.

Ainda de acordo com o departamento de homicídios, nenhum projétil de arma de fogo também foi encontrado perto do cadáver, indicando que ele teria sido morto em outra região.

A reportagem apurou que uma mulher, que terá a identidade preservada por segurança, prestou depoimento na noite desta quinta-feira (19) à Polícia Civil. Ela afirmou ter visto o momento em que Guedes foi colocado dentro de um carro e, instantes depois, ouvido ao menos dois sons semelhantes a tiros.

A morte do garoto provocou dois dias de protestos em Americanópolis, com ônibus queimados e vandalizados, um comércio foi furtado.

Vídeos com imagens de policiais militares agredindo moradores da Vila Clara, que fica na região, foram divulgados nas redes sociais. Segundo pessoas que moram no bairro, as imagens foram gravadas na noite de segunda-feira, após a primeira onda de protestos.

OUTRO LADO

A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), afirmou que o DHPP trabalha para elucidar “todas as circunstâncias dos fatos.”

A pasta acrescentou que o caso está em sigilo, “motivo pelo qual não se pode detalhar o trabalho policial”, diz trecho de nota.

A Corregedoria da Polícia Militar acompanha as investigações.

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