O primeiro curso de graduação em Medicina no Brasil por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), em parceria do Incra e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) deve ter as aulas iniciadas próximo dia 20 de outubro, no Centro Acadêmico do Agreste da UFPE – Campus Caruaru.

Conforme veiculado pelo jornalista Clilson Júnior, durante o programa Arapuan Verdade, nesta terça-feira (7), a primeira turma terá 80 alunos. Entre as vagas ofertadas 40 foram de ampla concorrência e outras 40 para ações afirmativas (cotas).

De acordo com o edital obtido pelo ClickPB, assentados da reforma agrária e integrantes de famílias beneficiárias do Crédito Fundiário, educandos egressos de cursos de especialização promovidos pelo Incra, educadores que exerçam atividades voltadas às famílias beneficiárias e acampados cadastrados pelo instituto e quilombolas estão aptos a concorrer nas próximas turmas.

O resultado da seleção feita por meio de prova presencial e análise do histórico escolar do ensino médio será publicado próximo dia 16 de outubro, conforme prevê o edital, no site da universidade.

SUS

Para a coordenadora-geral de Educação, Arte e Cultura do Campo do Incra, Clarice dos Santos, o curso inédito é resultado da parceria articulada pelo Pronera, envolvendo o Incra, movimentos e organizações populares do campo e a UFPE, assim como ministérios, especialmente o da Saúde como forma de fortalecer o compromisso na formação de médicos e médicas camponeses para fortalecer o SUS no atendimento à saúde nas áreas rurais.

Confira o edital aqui

IMPASSE

O desembargador federal Fernando Braga, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), concedeu liminar favorável à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no processo sobre o curso, nesta terça-feira (7). Na decisão, o desembargador considerou que os argumentos da UFPE sobre o caráter afirmativo da seleção “ganham relevo” diante do histórico de desigualdade no acesso à educação básica por parte do público-alvo do Pronera.

A decisão restabelece os efeitos do edital que havia sido suspenso em setembro pela Justiça de Pernambuco, atendendo a um pedido do vereador do Recife Tadeu Calheiros (MDB). A medida foi tomada após o parlamentar ingressar com uma Ação Popular, alegando que o modelo “restringia o acesso ao curso e violava o princípio da isonomia”.

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Curso inédito de Medicina inicia aulas no próximo dia 20 de outubro.

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