911 GT3 RS

Porsche é lançado ao lado das gerações anteriores

Modelo mais purista do fabricante se aproxima da experiência de guiar um superesportivo de pista - e Autoesporte já conferiu isso

Porsche é lançado ao lado das gerações anteriores

Lançamento do Porsche 911 GT3 RS "991" - 2016 — Foto:Divulgação

A concessionária Porsche Stuttgart apresentou oficialmente o novo 911 GT3 RS durante o Porsche Racing Festival, evento realizado na primeira semana de dezembro no Velo Città, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo. A divulgação veio acompanhada de um belo ensaio do novo superesportivo e seus antepassados, feitos entre 1973 e 2012. Nos 42 anos de história, a sigla evoluiu do RS original até os GT3 RS mais modernos, sempre focados na mesma premissa: a de ser um 911 praticamente de pista. Não é apenas uma questão de números frios, o 911 Turbo S pode ficar com o crédito de ser o mais potente. Nos GT3 RS, a dinâmica fica em primeiro lugar, como bem provamos ao testá-lo em primeira mão.

A obsessão pelos circuitos fica clara na sigla RS, do alemão reensport, ou corrida. Na prática, os RS representam o estágio mais próximo de um Porsche de pista em um carro homologado para rodar nas ruas. O novo 911 GT3 RS que o diga. Ao contrário dos novos seis cilindros boxer turbinados do Carrera e Carrera S, o seu 4.0 é aspirado. São 500 cv de potência a frenéticos 8.250 giros, o que basta para ir aos 100 km/h em 3,3 segundos e de dobrar essa velocidade partindo da imobilidade em 10,9 s. A velocidade máxima chega aos 310 km/h.

Embora seja equipado com o câmbio PDK de dupla embreagem e sete marchas, o 911 GT3 RS tem funções próximas de um sequencial de pista. A caixa é capaz de desengatar uma marca por meio da alavanca em neutro – o que equivale a pisar na embreagem – e o botão pit speed, que limita a velocidade máxima nos boxes. Para complementar o jeito de bólido de corrida, há bancos tipo concha de competição, cinto de seis pontos, preparação para a chave geral da bateria e também extintor de incêndio. Tudo nele é especificado praticamente como na categoria GT3 da FIA – Federação Internacional do Automobilismo.

“Mesmo no exterior, é raro ver um RS nas ruas. Seis juntos, de épocas diferentes, é um acontecimento. São carros muito exclusivos, até porque a produção deles foi limitada.”, Marcel Visconde, presidente da Stuttgart Veículos. Pois é, foram apenas 1.580 carros feitos do 911 Carrera RS lançado em 1973. Destes, somente 15 vieram para o Brasil, enquanto os modelos seguintes vieram em tiragens de cinco unidades cada. No caso do GT3 RS 4.0 (o primeiro com o motor atual) de 2012, foram trazidos apenas dois carros. Conheça as antigas gerações do 911 RS/GT3 apresentadas, uma reunião em que fizeram falta apenas os 911 SC RS de 1984 e o 964 RS de 1992.

Porsche 911 Carrera RS – 1973

O 911 Carrera RS já nasceu com a pista na alça de mira. O modelo foi criado por exigência da própria FIA, que demandou a produção mínima de 500 unidades de rua para homologar o carro de competição. O motor 2.7 era maior do que o 2.4 usado pelo 911S de então e gerava 210 cv a altos 7.300 giros e 25,9 kgfm de torque a 5.100 rpm. Afora a motorização mais potente, o cupê se valeu de várias dietas para cortar peso. As peças da carroceria adotaram chapas de aço de menor espessura, tal como os vidros. Completava o pacote os para-lamas mais largos e o kit aerodinâmico com spoiler e aerofólio traseiro, que recebeu logo o apelido de cauda de pato. Itens como banco traseiro, carpete e som podiam ser dispensados ao gosto do proprietário. Sem eles, os 1.075 kg da versão Touring baixavam em 100 kg. Como resultado, o cupê ia aos 100 km/h em 5,5 segundos e riscava os 245 km/h, tudo com um equilíbrio e intuitividade de primeira, graças aos freios redimensionados e amortecedores e molas mais duros. Foi um hit instantâneo, os primeiros 500 carros foram vendidos em apenas uma semana. Outros 1.080 911 RS foram feitos até julho de 1973.

Os elos perdidos entre os RS: Em 1974, seria lançado o Carrera RS 3.0, mas esse não é tão valorizando quanto os primeiros, que valem bem mais de R$ 1,2 milhão em leilões. A sigla seria resgatada ainda no 911 SC RS de 1984, com seus 1.057 kg, e também no sucessor 964 RS dos anos 90, que contava com um 3.6 de 260 cv dotado de cárter seco e peso aliviado em 155 kg para ir aos 100 km/h em 5,3 s e chegar aos 260 km/h. Os vidros laterais e traseiro eram mais leves, o capô de alumínio e a carroceria era soldada de maneira mais resistente. Perfeito para você colocar uma gaiola de proteção interna e sair queimando pneu até a primeira pista à sua frente.

911 GT3 RS “996” – 2004

Os puristas até torceram o nariz para o primeiro 996, o 911 que mudou o padrão de refrigeração a ar para o líquido. Mas o 911 GT3 de 1999 serviu para quebrar o gelo, graças ao se equilíbrio dinâmico de primeira e gosto pelos circuitos de corrida. Em 2003, a marca lançou o GT3 RS, sigla que já era usado nos GT3 de endurance. A versão especial era 50 kg mais leve e tinha suspensão ainda mais voltada para as pistas, embora a potência fosse a mesma. Graças a comando de válvulas leves para dar mais disposição para girar alto, o motor 3.6 entregava 381 cv a 7.400 rpm e 39,2 kgfm a 5.000 rpm, regidos pelo câmbio manual de seis marchas. A carroceria era 25% mais rígida do que a usada pelo 911 convencional, enquanto o sistema de freios poderia adotar discos carbono-cerâmicos 50% mais leves e incomparavelmente mais eficientes. Em nome da pureza, o único sistema eletrônico que intervinha na condução era o ABS, calibrado para a pista, e a tração traseira contava com a ajuda do diferencial autoblocante. A arrancada até os 100 km/h era cumprida em 4,4 segundos e a velocidade máxima tocava nos 306 km/h.

911 GT3 RS “997” – 2007

Lançado em 2004, o 997 foi o retorno do 911 ao estilo original. Os faróis voltaram a ser redondos e o habitáculo adotou os contornos retos das primeiras gerações. Em 2007, apareceu o 911 GT3 RS, o primeiro equipado com controles de tração e de estabilidade. Isso não significava que o 911 mais bravo tivesse sido amansado. Apenas o seu caráter tornou-se mais maleável. O 3.6 gerava 415 cv a 7.600 giros e 41,3 kgfm a 5.500 rpm. Se bem trabalhado, o conjunto com caixa manual de seis marchas baixava o tempo de aceleração aos 100 km/h aos 4,2 segundos, enquanto a velocidade chegava aos 310 km/h.

911 GT2 RS “997 II” – 2011

Aí que está, há um 911 RS que encarou o Turbo em termos de rendimento: o GT2 RS da geração 997. Até porquê o GT2 é basicamente o Turbo em versão tração traseira. Apenas 500 foram feitos e, destes, cinco vieram dar no Brasil. O modelo é o 911 de rua mais potente da história graças a adição de dois turbocompressores. O 3.6 biturbo gera nada menos que 620 cv. O mesmo incremento foi sentido no torque de 71,4 kgfm a apenas 2.250 rpm. O GT2 RS pode ter um caráter mais imediatista do que os GT3, porém se aproximava da mesma proposta de carro de corrida em pontos como as peças de fibra de carbono – o capô, inclusive, era oferecido sem pintura de fábrica para deixar à mostra o acabamento. Sem falar nas rodas com porcas centrais. O câmbio manual de seis marchas ainda era padrão, e ajudava o cupê a ir aos 100 km/h em míseros 3,5 segundos, com velocidade máxima capaz de perturbar a vida de Ferraris nas autobahnen, 330 km/h.

911 GT3 RS 4.0 “997 II” – 2012

O GT3 RS 4.0 foi a última evolução do 997, com apenas 600 unidades feitas. Foi o primeiro 911 com aspiração natural a chegar a 500 cv de potência. Para tal, a litragem do seis cilindros boxer foi ampliada aos 4 litros e os componentes reforçados, o que inclui bielas de titânio e o mesmo virabrequim usado do 911 GT3 RSR, versão usada em endurances com as 24 Horas de Le Mans. Os 500 cv chegam a 8.250 rpm e o torque de 46,9 kgfm só aparece ao cruzar as 5.750 rpm. O câmbio manual de seis marchas ainda era padrão e a aceleração aos 100 km/h leva 3,9 s, com máxima de 310 km/h.

911 GT3 RS “991” – 2016

Considerado a última evolução do GT3 RS, o 991 ganhou estilo bem mais agressivo. Seus para-lamas fendidos fazem o cupê parecer a cria entre um 911 e um TVR, uma exuberância que fica ainda maior na cor púrpura, o que dirigimos era vermelho. Antes inimiga das sensações, a eletrônica tornou-se um aliado. No pacote Sport Chrono, o aplicativo Track Precision permite registrar dados de desempenho e telemetria em um smartphone. Agora disponível com o câmbio PDK, o modelo vai aos 100 km/h em 3,3 segundos e chega aos 310 km/h. Mas, como sempre aconteceu com os RS, o tempo que importa é um só: o de cada volta.

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