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Conheça os indicados ao Oscar que são baseados em histórias reais

Situações são criadas, personagens importantes historicamente são esquecidos na trama, entre outros "detalhes".

Conheça os indicados ao Oscar que são baseados em histórias reais

Quatro dos oito indicados ao Oscar de melhor filme deste ano são baseados em histórias reais. E põe baseado nisso. Roteiristas e diretores pegam o fato e mudam conforme seus interesses cinematográficos. Situações são criadas, personagens importantes historicamente são esquecidos na trama, entre outros “detalhes”. Abaixo, o G1 mostra o que esses longas têm de diferente dos casos em que foram inspirados:

À esquerda, Chris Kyle em foto de 2012, e, à dir., Bradley Cooper em 'Sniper americano' (Foto: Paul Moseley/The Fort Worth Star-Telegram/AP e Divulgação)À esquerda, Chris Kyle em foto de 2012, e, à dir., Bradley Cooper em ‘Sniper americano’ (Foto: Paul Moseley/The Fort Worth Star-Telegram/AP e Divulgação)

Realidade
O atirador de elite Chris Kyle ficou conhecido como uma “lenda” pelos militares americanos por conta da quantidade de pessoas que atingiu com seu rifle em quatro missões no Iraque entre 1999 e 2009. Apesar do número oficial ser 160, ele já declarou que matou 255 pessoas. Em seu livro de memórias “Sniper americano” (editora Intrínseca), obra na qual o diretor Clint Eastwood se baseou para fazer o filme, Kyle conta que chegou a matar uma mulher. Kyle foi assassinado em 2013 em um campo de tiro do Texas, supostamente em um ato de um ex-soldado com transtorno de estresse pós-traumático. O julgamento de Eddie Ray Routh, de 27 anos, começou no início deste mês.

Filme
Diferentemente do livro, Kyle (Bradley Cooper) mata também um garoto iraquiano que carrega uma granada, não apenas uma mulher. Além dessa cena, o filme mostra uma rivalidade entre o americano e o franco-atirador sírio Mustafa (Sammy Sheik), personagem muito marcante no longa, mas que não existiu.

À esquerda, o matemático britânico Alan Turing, e, à dir., o ator Benedict Cumberbatch em 'O jogo da imitação' (Foto: AFP e Divulgação)À esquerda, o matemático britânico Alan Turing, e, à dir., o ator Benedict Cumberbatch em ‘O jogo da imitação’ (Foto: AFP e Divulgação)

Realidade
O matemático britânico Alan Turing criou uma máquina para decodificar o sistema de comunicação criptografada dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1952, condenado pela sua homossexualidade, Turing foi submetido a um processo de castração química. Morreu em 1954, aos 41 anos, oficialmente por suicídio, envenenado por cianeto. Em 2013, a Rainha Elizabeth 2ª concedeu o perdão real ao matemático “apenas porque ele foi um grande cientista”.

Filme
O drama dirigido por Morten Tyldum é baseado no livro “Alan Turing: The Enigma”, de Andrew Hodges. No longa, portanto, Turing (Benedict Cumberbatch) é investigado sob suspeita de ser um espião soviético e tem contato direto com o chefe do serviço de inteligência do Reino Unido. Além disso, o matemático chama sua máquina de Christopher, referindo-se a um amigo por quem foi apaixonado quando mais novo. Nada disso é comprovadamente um fato de sua vida real.

À esquerda, o pastor protestante e ativista político Martin Luther King Jr. antes de receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964, e, à dir., o ator David Oyelowo em 'Selma' (Foto: REUTERS/Moneta Sleet Jr/Johnson Publishing Co./Ebony Collection/Handout e Divulgação)À esquerda, o pastor protestante e ativista político Martin Luther King Jr. antes de receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964, e, à dir., o ator David Oyelowo em ‘Selma’ (Foto: REUTERS/Moneta Sleet Jr/Johnson Publishing Co./Ebony Collection/Handout e Divulgação)

Realidade
As marchas pelos direitos civis dos negros americanos da cidade de Selma até Montgomery, no Alabama, aconteceram nos anos 1960, com Martin Luther King Jr. como líder. O democrata Lyndon B. Johnson assinou a lei do direito de voto de 1965, e o “domingo sangrento” teve manifestantes negros atacados por policiais.

Filme
Historiadores dizem que a diretora Ava DuVernay pegou pesado ao retratar Lyndon B. Johnson (Tom Wilkinson) como contrário à causa de Martin Luther King (David Oyelowo). Uma das cenas mostra que o ex-presidente teria enviado à mulher do ativista político gravações que sugerem infidelidade.

À esquerda, o físico Stephen Hawking, e, à dir., o ator Eddie Redmayne em 'A teoria de tudo' (Foto: AP e Divulgação)À esquerda, o físico Stephen Hawking, e, à dir., o ator Eddie Redmayne em ‘A teoria de tudo’ (Foto: AP e Divulgação)

Realidade
O físico teórico e cosmólogo britânico Stephen Hawking casou com Jane Wilde em 1965, separando-se em 1991. Ela escreveu o livro “Travelling to infinity: My life with Stephen”, em que fala que Hawking deixou o sucesso subir à cabeça e impôs o ateísmo a ela. Aos 21 anos, Hawking foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica. Os médicos deram dois anos de vida. O físico se casou em 1995 com uma de suas enfermeiras, Elaine Mason. Hoje, aos 73 anos, só movimenta dois músculos do rosto.

Filme
O roteiro é baseado no livro de Jane. Assim, o filme superficializa as descobertas científicas de Hawking, que contribuiu para o entendimento dos buracos negros, da gravidade, da relatividade e da origem do universo, e, em 1988, publicou “Uma breve história do tempo”. O longa foca no casamento deles, por isso não aprofunda a relação de Hawking com Elaine Mason, que foi acusada de tê-lo agredido por várias anos, mas mostra o lado “físico-celebridade”.

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