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Além de Marco Nanini na pele do cômico personagem Odorico Paraguaçu, outro destaque de O Bem Amado, filme que chega às telonas nesta sexta-feira (23), são as irmãs Cajazeiras, vividas por Andréa Beltrão, Drica Moraes e Zezé Polessa no longa dirigido por Guel Arraes (Lisbela e o Prisioneiro e O Auto da Compadecida).
Exuberantes, fogosas e apaixonadas, as solteironas se desesperam para conquistar a atenção de Odorico, que se torna prefeito da pequena Sucupira e tem como principal meta a construção de um cemitério, obra que dá início a várias confusões na cidade. Apoiado (e disputado) pelas três, os personagens formam um “quadrado amoroso” que acentua o lado cômico da trama e que com certeza vai arrancar muitas risadas do público.
Nesta nova versão de O Bem Amado, as personagens que já se consagraram no teatro e na novela de Dias Gomes voltam repaginadas, mais intensas e com um visual todo espalhafatoso e marcante – o figurino do longa é assinado por Claudia Kopke. Se na TV elas eram senhoras religiosas e mais pudicas, agora as Cajazeiras são mulheres marcantes e estão loucas por um marido.
Durante rodada de entrevistas para a imprensa, Andréa e Zezé contaram detalhes sobre as cativantes personagens do filme. Infelizmente, Drica Moraes não pode comparecer ao evento – a atriz passou por um transplante de medula óssea, pois recentemente foi diagnosticada com leucemia.
Zezé comenta sobre o processo de criação de sua personagem Dorotea Cajazeira e diz que não se baseou nas Cajazeiras antigas, pois quis fazer algo novo e “mais moderno”.
– Apresentar [O Bem Amado] para uma nova geração é legal, porque é uma história bacana e boa. Mas na verdade os nossos personagens foram bastante modificados dos originais; elas são mais modernas. Então a gente teve mesmo que criar e partir do zero. Apesar de não fazerem coisas diferentes das que as outras [as Cajazeiras do teatro e da novela] faziam, elas sentem de outra maneira; são mais intensas.
Andréa ressalta a opinião de Zezé e afirma que elas se empenharam em dar um novo fôlego às personagens
– A gente não pesquisou o trabalho delas e não se debruçou para repetir o mesmo. O que foi feito por elas está muito bem guardado no Olimpo ao qual elas pertencem. A gente fez uma tentativa nossa e do Guel, o nosso maestro, mas sempre com muito carinho, respeito e admiração, mas a gente não se aprofundou no que elas fizeram, porque é uma leitura nova.
Questionadas sobre essa nova onde de refilmagens de histórias que fizeram sucesso na TV, as duas vêem a tendência como algo positivo. Para Zezé, O Bem Amado “é uma boa história que, justamente por ser boa, pode ser contada de novo”.
– Já tem um tempo que ela foi contada e também tem uma geração nova que ainda não viu.
Zezé ainda afirma que gostaria de ver O Rebu, novela de 1975 criada por Bráulio Pedroso, nas telonas. A atriz também canta a bola e diz que gostaria de viver Lupe Garcez, a personagem interpretada por Tereza Rachel na versão original. Já Andréa é fã da novela O Espigão, que foi ao ar em 1975 e escrita por Dias Gomes.
Sobre as semelhanças com as irmãs Cajazeiras, as atrizes afirmam que não vêem nenhum tipo de característica parecida. Mas Andréa, sempre bem-humorada e espirituosa, afirma que gostaria de se parecer com a sua cômica e apaixonada personagem.
– Eu até gostaria de ter algo da Dulcineia, mas acho que eu não tenho. Eu acho ela muito doce e romântica.
Andréa ainda aproveita para dar uma dica para mulheres que são passadas para trás por homens aproveitadores como o canastrão Odorico.
– As mulheres enroladas têm que dar um chute na b… do enrolador.
Fica a dica.