Os fãs do gênero estão cansados de saber, mas não custa avisar: se for ver Arraste-me para o inferno, novo filme de Sam Raimi que chega aos cinemas nesta sexta (14), é bom preparar o estômago.
Volta às raízes de horror do diretor de A morte do demônio e Uma noite alucinante, o longa não economiza na escatologia, especialmente nas cenas em que a protagonista Christine (Alison Lohman) se engalfinha com a cigana sra. Ganush (Lorna Raver), que ressurge depois de morta para infernizar a vida da loirinha funcionária de um banco.
Em um dos momentos mais nojentos da história, a velha espele um jato de vômito cheio de larvas diretamente na boca na mocinha.
Eu estava lá, filmando, e o Sam dizia: ei, abre mais a boca. E eu: isso significa que vão entrar mais larvas na minha boca?!, lembrou a atriz, fazendo cara de nojo, em conversa com jornalistas durante o Festival de Cannes.
Marinheira de primeira viagem em filmes de horror, a atriz que trabalhou com Tim Burton em Peixe grande e com Atom Egoyan em Verdade nua diz que não sofreu grandes danos durante as filmagens – sequer engasgou.
Tinha de fazer. Eles me cobriam com plásticos em todo lugar e eu só me perguntava: isso é seguro?, conta. É bem diferente de um drama, em que você leva tudo mais a sério. Nesse você ria com os personagens, tem uma coisa mais de desenho animado, um senso de humor.
A piada só perdeu a graça, recorda a atriz, quando Raimi lhe contou que teria de sacrificar um gatinho – nenhum animal foi ferido durante as filmagens – em uma das cenas do longa.
Na verdade, eu tentei fazer com que ele cortasse aquela cena. Eu disse: isso já é demais. Eu tenho três gatos, não podia nem imaginar. Parece algo tão absurdo para mim que achei que o público não fosse acreditar. Pensei: Deus, acho que estamos dando um salto muito grande aqui, explica.
A cena do gatinho, claro, continuou intacta.
G1