Clilson Júnior

BOLSA PROSTITUTA

  MARCOS SOUTO MAIOR (*) Fazia tempo que não acordava dando boas gargalhadas, depois de ler as manchetes de jornais, […]

 

MARCOS SOUTO MAIOR (*)

Fazia tempo que não acordava dando boas gargalhadas, depois de ler as manchetes de jornais, revistas e blogs. Minha mulher até imaginou que tinha me engasgado com uma fatia de cuscuz com queijo de coalho…

A risadagem ficou por conta de várias manchetes noticiando que uma parlamentar, da ala de Dilma, apresentara inusitada proposta de lei federal instituindo a “bolsa rapariga”, no valor de R$ 2.000,00 mensais, para todas as mulheres que fazem programas sexuais no país!

Segundo o Portal Joselito Muller: “O objetivo da bolsa é dar a essas mulheres a possibilidade de terem uma vida mais digna, pois o dinheiro deve ser prioritariamente utilizado com prevenção de doenças.” E foi mais adiante esclarecendo os legais objetivos, inclusive, “disponibilizando pra clientela um serviço de melhor qualidade, já que as meninas poderão se cuidar melhor, pagar tratamentos estéticos, frequentar academias, etc.”.

Nas redes sociais a repercussão foi grande. A jovem Aline Morena, recepcionista do Laboratório N. S. de Fátima esbravejou: “Que vergonha! Passar três anos fazendo faculdade ou até mais, como no meu caso para ser professora e ganhar R$ 1.830,00 mensais, enquanto as putas vão ganhar R$ 2.000,00 para se cuidarem?”.

E, na esteira dos auxílios criados pelo Governo Federal, vários exemplos de desigualdades acontecem, a exemplo dos dependentes do crack que recebe R$ 1.350,00 enquanto os filhos de presidiários irrisórios R$ 971,78, todos, bem menor que o a bolsa das quengas… 

Nada contra as “mulheres da vida”, assim chamadas carinhosa e respeitosamente, num passado histórico os cabarés eram verdadeiras universidades da alegria e satisfação que ensinaram a rapaziada de todo o país o que é sexo, em monumentais aulas práticas! 

Havia respeito entre todos e me lembro do amigo Argemiro, desajeitado no salão de dança do cabaré, pegou uma menina pelo braço e disse: “vamos dar uma dançada”? ”A resposta foi curta e pontual: “dançada” não, você quer uma dança, né”? E aí ficou cheio de pernas mas foi lá  que aprendeu a dançar nas festas granfinas. 

Os cabarés, desde os luxuosos e famosos do Rio, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte e chegando aos de João Pessoa, Campina Grande, Natal e Aracajú, nunca precisaram de auxílio de um governo que gasta dinheiro público entrando para o anedotário nacional.

Engraçado, que também chamavam os prostíbulos de “casas de recursos” e lembro-me bem da frase da cantora e atriz alemã, Marlene Dietrich, mostrando seu poder de convencimento: “as pernas não são tão bonitas, apenas sei o que fazer com elas!”.

Fico imaginando quem receberia essa gorda esmola estatal? Os cabarés sumiram do mapa, as madames da noite cederam lugar para o tóxico e a violência. Restaram as esquinas sombrias, desnudas fedorentas e infectas do submundo do tráfico. 

Talvez, a “bolsa quenga” só traga notoriedade negativa a quem inventou, servindo de complementação financeira ao comércio forte e aberto dos tóxicos em plenas ruas das cidades. Nosso Brasil sem segurança e assistência médica, continua não sendo um país sério!                  

(*) Advogado e desembargador aposentado

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