Clilson Júnior

Porra, finalmente algo novo na OAB da Paraíba

Em quase um século de história — 90 anos para ser exato — nenhuma advogada sequer tentou ser presidente da instituição.

Porra, finalmente algo novo na OAB da Paraíba

Maria Cristina Santiago — Foto:internet

Tinha que usar “porra” para chamar tua atenção, perdão, mas estamos na segunda década do século 21 e continuamos convivendo com certos desafios estruturais que afetam o nosso país e se irradiam para as mais variadas instituições, inclusive aquelas destinadas à defesa dos direitos humanos, das liberdades e de todos os demais valores que foram consagrados definitivamente em outubro de 1988 com a promulgação da “Carta Cidadã”.

Na advocacia, um ambiente marcadamente masculino e muitas vezes machista e excludente, políticas afirmativas vieram sendo aprovadas ao longo dos últimos anos para garantir que as mulheres participassem de chapas no sistema da OAB. Entretanto, é abismal a distância entre os verbos participar e decidir. A pergunta que se faz, porque tivemos que esperar tanto para ver uma mulher candidata?

Não é porque determinada regra impõe um percentual mínimo de cada gênero nas eleições da OAB em todos os estados do Brasil que estará garantido às mulheres o espaço de tomada de decisão. Para isso, é preciso força de vontade, resiliência, perseverança e acima de tudo coragem.

Coragem é a qualidade de quem enfrenta dificuldades, adversidades e desafios. É a característica de quem sustenta com firmeza suas posições. É, portanto, o distintivo do sujeito que rompe com arquétipos e preconceitos. Para criar algo novo é preciso coragem. Na OAB da Paraíba nós estamos observando a aurora deste rompimento, com o nascer de algo novo.

Em quase um século de história — 90 anos para ser exato — nenhuma advogada sequer tentou ser presidente da instituição. Exatamente! Em todo esse tempo, a eleição de 2021 é a que presencia pela primeira vez uma mulher registrar sua candidatura ao cargo de presidente da OAB no nosso estado.

Os desafios estruturais, dos quais falamos no início, impediram que uma mulher tenha imaginado ou realizado esse ato, que por si só é histórico e um grande feito. Contudo, foi a coragem de uma mulher que promoveu esse rompimento e nos faz ver que finalmente algo de novo aconteceu na OAB da Paraíba.

Não é sobre quem é essa mulher. É sobre o fato de perceber o nascimento de algo novo em 90 anos de história de uma instituição criada para defender os valores que nos fazem pessoas humanas.

Que esta campanha da OAB-PB renove nas pessoas a crença de que sim é possível enfrentar desafios estruturais, romper com arquétipos e preconceitos e criar algo novo.

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