Sempre ouvi dizer que todo governo existe para cuidar do povo com responsabilidade e carinho. Identificar a característica principal de um governante é acreditar que ele poderá melhorar o nosso estado fazendo com que as cidades e os seus munícipes sejam mantidos dentro do conforto natural que exige qualquer governabilidade. Nessa perspectiva o governo precisa induzir o desenvolvimento respeitando as várias esferas estaduais, as secretarias, os serviços obrigatórios, os pontos fundamentais, as autarquias, enfim, todos os serviços inerentes a uma administração. Ora, se o Governo é a instância máxima da administração executiva, é obrigação do governante garantir os serviços prioritários e essenciais da saúde, educação, segurança, transporte, infraestrutura, entre outros, passando tranquilidade e firmeza para toda população. Tudo isso é responsabilidade única do Governo já que somos nós que pagamos os impostos e contribuímos efetivamente para que a máquina funcione. Aliás, um governador é eleito para administrar e ser um gerente. Estranhamente na Paraíba o governo parece não querer gerenciar e começa a transferir o que é de sua responsabilidade para as mãos de terceiros. Hum, mas será que isso é bom?
Recentemente, numa articulação meramente política, o governo terceirizou os serviços do Hospital de Trauma de João Pessoa. Foi aquele bafafá institucionalizar a “Cruz Vermelha”, que, diga-se de passagem, não é “a internacional”, como administradora do Hospital, mas nenhuma tentativa até agora fez mudar a determinação governamental. Existe um processo tramitando na justiça que reverte à votação na Assembléia, mas vocês acham que isso vai mudar alguma coisa? Sinceramente não! Da mesma forma a Prefeitura, que pensa em sintonia com o Governo e faz parte do mesmo partido político, o PSB, tenta entregar a saúde e a educação nas mãos de organizações sociais. Numa forma ditatorial e truculenta, vota-se às escondidas sem a concordancia de vereadores, reprimem-se protestos e passam por cima da democracia. Por outro lado manipulam-se deputados numa tentativa grotesca de privatizar tais serviços. Qual é a verdadeira intenção dessas “terceirizações”? O que está por trás disso tudo? Por que os dois poderes estão irmanados nesse tendencioso projeto? Na verdade, a distribuição de empregos sem ter que passar pela “fiscalização” do Ministério Público é um dos pontos principais desse processo. “Burlar concursos públicos” e “maquiar contratos ilícitos” é outro fator importante. Com a “terceirização”, a máquina passa a ser o “agente” do privado e com isso se salva da fiscalização e ao mesmo tempo cria-se de fato um sistema independente para “operar a política”. A suja, claro! Tem dúvidas? É como um “namoro” daqueles “inventados” onde o “cafetão” arranja tudo e no fim a garota só faz “pagar a comissão”. Mas será que no verdadeiro amor existe espaço para privatização? No meu entender, não! Só que nesse governo o que menos existe é amor e a Paraíba anda entregue literalmente a própria sorte em busca de um afago que não existe. É um governo sem projetos e o único projeto visível é o próprio poder.
Nessa onda de terceirização de serviços essenciais, começa a despencar na Paraíba a verdadeira máscara do absurdo, alavancando a incompetência e mostrando a verdadeira face de quem não está preparado para governar um Estado tão pequeno e ainda tão pobre. Da mesma forma que a Prefeitura acompanha o retrocesso do governo, o povo continua refém da incerteza e da imaturidade governamental. Não seria melhor privatizar logo todos os serviços do governo? Não seria melhor terceirizar até o próprio governador? Acho que Eduardo Campos daria um bom gestor para Paraíba e seria uma forma de oficializar as suas determinações. Brincadeira a parte, só falta mesmo isso acontecer!
Enquanto a oposição se engalfinha tentando barrar esse absurdo, os funcionários do Fisco exigem, por unanimidade, o cumprimento da Lei através de uma greve organizada e coberta de razão. Restabelecer o subsídio de um direito adquirido é o óbvio, porém a falta de respeito do Governador demonstra mais uma vez a sua incapacidade de dialogar e governar. Acorda Paraíba! Ainda temos tempo de dizer um basta a quem não tem respeito e humildade com o nosso povo. É só querer! Ou então deixe que a Paraíba se entregue em outros braços e relaxe em busca de dias melhores. Será?
Fuba
Flávio Eduardo Maroja Ribeiro, conhecido por “Fuba” ou ainda “Mestre Fuba” é engenheiro das artes, músico, compositor, escritor, autor, poeta e produtor cultural. É um dos fundadores das Muriçocas do Miramar e do Projeto Folia de Rua. Como produtor cultural, produziu varios artistas e implantou o Projeto Seis e Meia na Paraíba. Fuba também é político e publicitário.
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