Fuba

Rouba mas faz!

  No Brasil, infelizmente a política sempre escorregou para um lado demagógico e acomodado no sentido de preservação de índole e […]

  No Brasil, infelizmente a política sempre escorregou para um lado demagógico e acomodado no sentido de preservação de índole e personalidade comportamental.   A “cultura da comissão” que foi plantada para oficializar o errado através de lobbies e influências no poder continua viva e sendo administrada por agentes políticos e laranjas.  Parece até que o chamado “jeitinho brasileiro”  termina oficializando o que de mais podre existe na esfera do poder. O lema é passar por cima de todos e “sair na vantagem”. Quando isso não acontece acabam reclamando que não se fez um “bom negócio”.

   Na Paraíba é impressionante a quantidade de escândalos que vem acontecendo sucessivamente tanto na Prefeitura como no Governo estadual e até hoje nunca se viu uma punição concreta por órgãos que possam inibir essas ações desonestas e truculentas. Só para refrescar a memória, nos últimos 12 meses na Paraíba se roubou mais do que nos últimos 50 anos e a quantidade de escândalos supera em número todos os governos anteriores. São tantas denuncias que elas próprias são atropeladas pela mídia do dia-a-dia.  Licitações fraudulentas, superfaturamento de produtos, permutas desonestas, desapropriações duvidosas, contratos milionários em nome de laranjas, privatizações obscuras e terceirizações desconectadas tem feito da Paraíba um celeiro de prostituição política deplorável.  Nada disso, no entanto, faz mudar a caminhada governamental e estes escândalos parecem até que não existem aos olhos da Justiça. A reação imediata tem sido desprezada pelos governantes ou transformada em perseguições a quem denuncia. A repressão chegou a tanto que para falar com o governante é necessário uma revista prévia e a obrigação de deixar os celulares na portaria do Palácio da Redenção.  Acreditam? Pois foi exatamente isso que aconteceu na semana passada com um grupo de servidores públicos que foi recebido para “dialogar” com o nosso governante. Até os celulares tipo “lanterninha” foram retidos na ante-sala governamental. Será isso democracia? Onde estamos vivendo? Isso é Brasil?

     A transparência e a honestidade plantada em discursos nos últimos oito anos parece agora despencar de um abismo sem pára quedas e gradativamente se desmascara pela própria ganância do poder.  Esses crimes apelidados de “colarinho branco” estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano e mesmo chegando ao conhecimento da grande população nem por isso deixam de acontecer. Geralmente quando se pratica o errado e nada acontece ao infrator, aumentam-se os atos de corrupção e os mesmos deitam e rolam zombando da justiça e do poder. É a impunidade explícita associada a uma “imprensa dominada” e cada vez mais tendenciosa defendendo o errado para ter que sobreviver. Não é de hoje que isso é a cara da Paraíba.

      Tudo isso faz lembrar o famoso slogan do ex-governador de São Paulo Ademar de Barros, “rouba, mas faz”.  Ademar é lembrado pelas suas obras, mas também pela suspeita de desvios de dinheiro público. Da mesma forma, o lendário Paulo Maluf caiu no inconsciente coletivo do paulistano como o Governador que rouba, mas faz. Realmente Maluf ficou conhecido como um gestor de grandes obras, no entanto foi execrado pela população após descobrirem que por trás daquelas licitações existiam sucessivas falcatruas e obras superfaturadas. Outra coisa visivelmente percebida no Governo de Maluf foi à necessidade de se fazer obras “carregadas no concreto”, mas que dão visibilidade e enchem os olhos da população. Muito parecido com o que acontece com a nossa Paraíba atualmente, onde vários PSFs e Colégios foram reformados e pintados e, no entanto, médicos e professores que é bom não existem. Vivemos literalmente a era da maquiagem.  Infelizmente encher os olhos com estas obras faraônicas parece render votos. Enquanto a população permanece pobre e descuidada, o Estado vai seguindo enricando o bolso de alguns e contribuindo cada vez mais com o fim do que ainda resta da nossa pobre e relegada auto-estima.

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