Governador Filé Mignon

Eu bem queria escrever sobre confetes, serpentinas e o frevo das Muriçocas do Miramar, mas os políticos simplesmente não dão sossego e lá vou eu para o velho ofício de desagradar aqueles que vivem do público como se fosse privado… Que fazer? Eu tento…

Depois do escândalo da lagosta, onde as inacreditáveis compras da Casa Civil, que abastece a Granja Santana (residência oficial do governador da Paraíba), serem praticamente esquecidas, vem do Distrito Federal nova notícia sobre o gosto refinado de um governador pela culinária. Se na Paraíba a residência do governador consumiu 7,5 Toneladas de carne em 6 meses, em Brasília a previsão de 7 Toneladas de picanha e filé mignon em um ano espantaram o governador atual, Rodrigo Rollemberg (PSB), que mandou imediatamente suspender a despesa licitada na época do petista Agnelo Queiroz.

Veja o leitor que no DF a previsão era de 7 Toneladas para um ano, enquanto que na Paraíba foram 7,5 Toneladas em seis meses. Isso é perigoso até pra saúde!

No DF, Agnelo é acusado de quebrar o cofre do Distrito Federal com a gastança promovida em sua administração. Já na Paraíba, o filé mignon ganhou ares de prato de um gestor republicano, ético e eficiente. Tanto é que o Tribunal de Contas do Estado entendeu as despesas com alimentação de luxo como normais.

Fico aqui pensando, se todos são iguais e estas despesas com filé, lagosta e camarão são normais, chegou a hora de incluir estes itens na cesta básica. Se o governo pode, o povo também deveria poder! Afinal, não é o povo que paga por este luxo todo.

Rollemberg mostra com este gesto que nem todo militante do PSB é tão apegado a alta gastronomia. Sugiro inclusive que aprove uma resolução do partido desaconselhando exageros desta natureza. Imagine a economia!