Cartaxo garante que PT não fará aliança com Agra

O deputado Luciano Cartaxo parece decidido a disputar a sucessão municipal em João Pessoa. Tanto que se mantém antenado às movimentações internas do PT, sem perder o foco das ações oposicionistas na Assembléia Legislativa.

No âmbito do Legislativo, Cartaxo sabe que é indispensável manter a postura crítica efetiva que tem adotado em relação aos governos de Ricardo Coutinho e Luciano Agra, ambos do PSB, para massificar seu nome como pré-candidato de oposição e conquistar a confiança do eleitorado pessoense, pelo menos da parcela insatisfeita com as duas gestões. Isso ele tem feito com maestria, até agora.

A “pulga atrás da orelha” do deputado parece vir mesmo do seu partido. Mas, indiferente às especulações da imprensa e dos próprios petistas, Cartaxo garante que “não há a menor possibilidade de Luiz Couto ser indicado candidato a prefeito pelo PT”. Também assegura que o partido não vai apoiar a reeleição do prefeito Agra, como deseja o grupo comandado por Couto.

Até aí, tudo bem. Qualquer pré-candidato agiria dessa forma. O problema é a fragilidade dos argumentos usados para tais afirmações. Cartaxo afirma que o padre Couto em momento algum colocou seu nome para apreciação do PT. Por isso não poderá ser candidato. Sustenta ainda que a direção nacional já deliberou pela candidatura própria nas capitais. Por isso o apoio a Agra estaria fora de cogitação.

Primeiro, se Couto não colocou o nome à disposição do partido, nada o impede de fazê-lo amanhã ou na próxima semana. Ele tem prazo até o Encontro Municipal (convenção), previsto para junho. No caso do apoio a Agra, a decisão da executiva nacional em momento algum afasta a possibilidade de aliança com o PSB, que é da base de Dilma. Portanto…

Na verdade, se quiser ser candidato Cartaxo terá que vencer a “queda de braço” com o grupo de Luiz Couto que, inclusive, tem maioria no Diretório Municipal, a quem caberá decidir o rumo do PT em João Pessoa. Caso contrário, corre o risco de nadar e morrer na praia.

Ciúmes na base

O deputado Tião Gomes (PSL) tem provocado “beicinhos” de alguns colegas da base governista pela proximidade com o governador Ricardo Coutinho (PSB). Ainda mais agora com o anuncio da inclusão do município de Areia, principal base de Tião, na segunda etapa do PAC. São R$ 28 milhões para abastecimento d’água e saneamento básico. Isso em ano pré-eleitoral…

Talvez os ciumentos tenham razão.

Homenagens na Assembléia

Ainda repercute a homenagem da Assembléia Legislativa aos seus ex-presidentes. A emoção dos homenageados casou direitinho com o discurso do atual presidente, Ricardo Marcelo (PSDB), que defendeu o fortalecimento do Legislativo e a independência dos Poderes, sem deixar de lado a harmonia. Os deputados, mais uma vez, gostaram da postura do presidente.

Pode ser uma senha para o futuro.

Coitado de Doda

O deputado Doda de Tião acabou provocando comoção entre os colegas pela situação partidária inusitada em que se meteu. O PMDB não quer mais o parlamentar e ameaça expulsá-lo por infidelidade. Já o PSD recusa-se a reconhecê-lo como filiado, embora Doda jure de pés juntos que assinou a ficha como integrante do partido. Pelo jeito, o homem vai acabar na rua da amargura.

A menos que recorra ao profeta Jacó.