Vanderlan Farias

E se tudo for combinado?

Vez por outra, me deparo com abordagens de leitores e amigos da coluna sobre o quadro político da Paraíba. Alguns, […]

Vez por outra, me deparo com abordagens de leitores e amigos da coluna sobre o quadro político da Paraíba. Alguns, chegam a fazer avaliações e até se arriscam a emitir opiniões que, via de regra, me ajudam a clarear as idéias. Quando não, me levam pelo menos a refletir sobre as mais diversas especulações levantadas.

Na última sexta-feira, fui questionado sobre a complexa convivência entre os senadores Cícero Lucena e Cássio Cunha Lima, divergentes politicamente em relação ao governador Ricardo Coutinho. “E se isso tudo for combinado”, sugeriu um amigo, de forma provocativa. De início, não entendi. Ou melhor, fiz que não entendi e quis saber o exato significado da indagação. “Se Cássio tiver combinado com Cícero essa postura de governista para adiar, o quanto puder, um eventual e inevitável rompimento com o governador Ricardo Coutinho?”, detalhou o interlocutor.

Não acredito, respondi de imediato. Ao contrário do ilustre e involuntário colaborador, não expus os motivos da minha descrença. Talvez porque, naquele momento, não os tivesse de cabeça. Passei então a matutar sobre a idéia, embora parecesse absurda.

Primeiro, para romper com Ricardo, Cássio precisaria pelo menos de um motivo. E um motivo que realmente justificasse o ato extremo para não vestir, mais uma vez, a carapuça de traidor. Daí porque teria que esperar o momento certo. Segundo, teria que encontrar uma fórmula mágica de amparar os milhares de aliados que hoje dependem do Governo do Estado. Não é fácil.

Ricardo enfrenta um desgaste incontestável e são muitas as queixas dos cassistas quanto ao tratamento que recebem do Palácio da Redenção, é verdade. Cícero só precisará do apoio efetivo de Cássio no período de campanha eleitoral, após junho do ano que vem. Mesmo assim, todos sabem que Cássio estará centrado na disputa de Campina Grande, onde terá que pedir  votos para familiares. Portanto…

Ainda assim, não acredito nesta hipótese. Não acredito porque Ricardo não seria bobo suficiente para engolir uma estratégia tão comum a quem deseja trair, Cássio não se arriscaria a sair desmoralizado do processo e, por último, Cícero não acreditaria em mais uma promessa do seu antigo companheiro. Portanto…

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