Estamos no período das chuvas e várias aves migratórias chegam à nossa região devido à fartura de alimentos, insetos, frutas silvestres, sementes de capim… Essas aves podem até passar despercebida pela maioria da sociedade, principalmente as pessoas que moram nas cidades, mas não pelos capturadores e traficantes de animais.
“Os traficantes de animais silvestres cada vez mais utilizam armadilhas sofisticadas, gaiolas com oito ou até dez alçapões, redes que captura de beija-flor a gavião, pois todo animal capturado tem seu valor no mercado no mercado negro do tráfico.
Várias aves já foram extintas na nossa região, a Sabiá Branca, a Engraxadeira e a Chorona que não vejo há mais de vinte anos. O Caboclinho Lindo, o Papa Capim e outras estão em processo de serem extintas pela caça e captura predatória comercial, como é o caso do Papa Capim, da Pinta Silgo e o famoso Azulão. O Azulão nordestino, é apenas um dos exemplos de extinção. Hoje quase todos o conhecem, mas só condenados a prisão em gaiolas, na vida selvagem de nossa região praticamente não existe mais, foi extinto pelo egoísmo doentio dos homens”, explica Aramy.
Aramy ainda explica que “o Bigodinho agora é o alvo dos traficantes e criadores de animais silvestres. O Bigodinho é muito cobiçado por ser uma ave de canto alto e bonito, ela também é agressiva com outros machos da sua espécie e outras aves que se aproximam do seu ninho, pois ele tem seu território demarcado, por isso torna-se presa fácil para os capturadores. A quantidade de quantos são presos nesse período é incalculável. Adultos e crianças da região estão sendo aliciadas para alimentar a captura. Esses animais são comprados pelos traficantes pelo preço que varia de três a quatro reais, na cidade o valor aumenta consideravelmente bem alto”.
“O Bigodinho migra do pantanal para reproduzir na nossa região no começo de março com a chegada das chuvas e voa no final de julho, quando os filhotes que geralmente são três, já estão prontos para sua primeira jornada, mas a cada ano que passa o número de animais diminui razoavelmente. Com a captura do Bigodinho macho, a fêmea sofre para alimentar os três filhotinhos que em alguns casos chegam a “secar de fome”. Antes o alvo era o Azulão, Pinta Silgo, Papa Capim, Gaturão, entre outros, mas agora o alvo é o Bigodinho”, alerta o ambientalista.
“Espero que a imprensa, as autoridades tais como guardas florestais, autoridades municipais, líderes religiosos, conselhos tutelares, Policia Civil, Militar, Exercito, líderes de associações, toda sociedade civil, se conscientizem que essas aves não são fabricados na China, mas são um presente de Deus para viverem livres na natureza. Não compre nem permita que essas aves sejam capturadas. Tomem uma atitude e denunciem, caso ninguém se mobilize mais uma espécie estará condenada a extinção e as futuras gerações vão conhecer essas aves só através de fotos”, apela Aramy.
Como denunciar
Qualquer cidadão pode denunciar a captura e o tráfico de animais. É importante que o denunciante apresente dados claros e precisos acerca do tipo de ocorrência; É indispensável que conste o nome da rua, número, município, Estado e algum ponto de referência e se possível, indique o nome ou apelido do responsável.
Ligue para a Linha Verde do IBAMA 0800-61-8080, Ligação Gratuita. As informações são sigilosas. Em hipótese alguma, o nome do denunciante é divulgado. Porém, se preferir, o denunciante poderá manter o anonimato.
Denuncie também pela internet através do e-mail: linhaverde.sede@ibama.gov.br.
Assessoria