O Samu/192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) da Prefeitura de Campina Grande recebeu, de janeiro a julho deste no, 119.826 ligações. Deste total, 71%, que correspondem a 80.440, foram trotes, o que significa que, a cada dez ligações feitas para o serviço, sete são trotes e que a cada quatro minutos, um trote é passado. No dia 9 de abril deste ano, por exemplo, alguém utilizando um telefone celular ligou 66 vezes para o 192, de acordo com os registro do sistema do Samu, que identifica todas as chamadas feitas.
No dia 31 de março, foram 110 trotes, originados de dois números de telefones diferentes. Dos dez números que mais passaram trotes para o Samu entre janeiro e agosto deste ano, seis são de telefones – geralmente públicos – de outros municípios, três são de telefones celulares de diferentes operadoras e um de um telefone público local. O número de trotes, que em janeiro deste ano foi de 62% do total de ligações, vem aumentando a cada mês e nos primeiros sete meses deste ano, já superou o total de 2008, que foi de 71.666 trotes.
A situação preocupa a coordenadora do Samu, a médica Tatiana Medeiros, que pede a colaboração da população para que oriente, nos casos de pais ou responsáveis por crianças e adolescentes, que no momento em que um trote é passado, alguém pode estar deixando de ser salvo. O maior problema do trote, segundo ela, é a obstrução das linhas telefônicas, que ficam sem ser utilizadas por quem realmente precisa do serviço. Além disso, o trote causa estresse e irritação nos profissionais que trabalham no setor de regulação.
Em 2007, o Samu de Campina Grande foi destaque em reportagem da revista Época, como o que mais recebeu trotes no país. Á época, depois de uma grande campanha, o número de trotes diminuiu, mas depois voltou a crescer, lamenta a coordenadora.
Codecom/CG