Cotidiano

Fórum debate a formação de leitores

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Enquanto alunos de diversas escolas percorriam os estandes e corredores da 19ª Bienal Internacional do Livro e se encantavam com a quantidade e variedade de livros, professores lotavam o Salão de Idéias especial de ontem, para debater o tema “A Leitura como Ponto Fundamental na Formação de Crianças e Jovens”.

O encontro, que começou às 10 e só terminou às 17 horas, contou com a presença de convidados ilustres, como os escritores Ana Maria Machado, Ziraldo e Regina Ziberman, o coordenador geral dos Programas do Livro (FNDE), Alexandre Serwy, a coordenadora geral de Estudos e Avaliação de Materiais do MEC, Jane Cristina Silva, e os editores Susana Sanson e Breno Lerner.

A abertura das discussões foi promovida pelo presidente da Câmara Brasileira do Livro, Oswaldo Siciliano, e pelo diretor de Ações Educacionais do FNDE, Daniel Silva Balaban. Depois, Ziraldo, apesar de ter sido o último a falar no painel “O Papel do Livro Infantil na Formação de Crianças em Alfabetização”, roubou a cena. Arrancou risos da platéia ao defender uma linguagem menos complicada para descrever os problemas da leitura na infância e adolescência e propôs que a escola convidasse o leitor a refletir.

Para ele, o sistema de educação que premia os melhores alunos e esquece o resto das crianças e jovens de uma turma só faz afastar livros de possíveis leitores: “Muitos alunos chegam à 5ªsérie sem saber ler. A criança tem que aprender e não pode ser premiada por aprender”.

Ziraldo afirmou que não tem dúvidas sobre a eficiência do governo em relação à escolha e à compra de livros para as escolas públicas. “Então, onde está pegando?”, questionou. “Acho que está na ponta. O Ministério (da Educação) acha que a ponta final está na escola. Mas a ponta está na criança e na circunstância”, disse Ziraldo. Segundo o autor de O Menino Maluquinho, que nesta Bienal lança O Menino da Lua, a solução estaria num acompanhamento mais próximo do aluno: “Pára tudo e vai trabalhar o lar do menino. Para comprar e selecionar livros, eles são craques, mas tem que ir lá no fundo resolver essa questão”.

Para isso, seria necessária uma ação que – além dos R$ 26 milhões liberados pelo Governo Federal e destinados à construção e reforma de bibliotecas escolares – também investisse em bibliotecas públicas, disse Regina Ziberman. “A biblioteca na escola é importante, mas a biblioteca pública é que vai levar o pai, que vai levar a criança, ao contato com os livros”, complementou Susana Sanson.

DESENCONTROS – Mas, segundo Jane Silva, coordenadora do MEC, o acervo de livros destinados às bibliotecas públicas é uma questão que deve ser resolvida pelo Ministério da Cultura e não, pelo da Educação. “A questão é que nós temos um orçamento público que vem através de fontes orçamentárias. Nenhum gestor pode gastar como lhe convir. Nossa verba deve ir para escolas municipais, estaduais e federais”, confirmou Daniel Balaban.

Apesar dos desencontros entre ações e realidade, Ziraldo ainda consegue ver uma luz no final do túnel: “Tenho uma grande esperança. Uma das respostas que essas viagens pelo Brasil me deram é que os dirigentes e administradores não destruíram a grandeza do povo brasileiros. E isso, meninos, eu vi!”.

Na parte da tarde, foi a vez de Ana Maria Machado , acompanhada pelas também escritoras Marina Colassanti e Ieda de Oliveira, debaterem “A importância do livro para a formação intelectual de jovens estudantes”, que durou até as 16 horas. Em seguida, os representantes do MEC e FNDE apresentaram os trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelas duas instituições. Uma das ações do MEC é a publicação da Revista de Leitura, com lançamento previsto para maio deste ano.

O controle que a mídia exerce sobre a mente das pessoas é o tema que será debatido hoje, às 17 horas, no No Salão das Idéias, com a participação de Vicente Adorno, Sérgio e Álvaro Moya, Roberto Muylaert e Sidney Pike, ex-presidente da CNN Internacional. Eles analisarão questões do jornalismo atual e os bastidores da emissora norte-americana.


Fonte: A Tarde – BA

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