Ushuaia tomou para si a prerrogativa de estar localizada no “fim do mundo”. Punta Arenas tratou de avisar “somos a capital da Patagônia”. Visite-as e comprove: ambas querem ser lembradas como a cidade mais meridional do planeta. OK, no turismo é assim mesmo: a estratégia de marketing é tudo.
Nem sempre – ou seria melhor dizer quase nunca? -, porém, se deve ler aquilo que rezam as estratégias de marketing. A chilena Puerto Williams dá de ombros tanto para a argentina Ushuaia como para a compatriota Punta Arenas. De todo modo, se você quiser visitar a localidade mais austral do mundo, então, terá de se deslocar até a Ilha Navarino.
Nela estão Puerto Williams, essa sim a cidade mais extrema do Hemisfério Sul, e Puerto Toro, uma minúscula vila de 50 pescadores. Como se diz por lá, se você duvida, basta abrir o mapa-múndi. À parte os assentamentos humanos em bases científicas na Antártida, ninguém vive mais ao sul da Terra do que os chilenos da Ilha Navarino.
Cerca de 2,5 mil pessoas vivem em Puerto Williams, de frente para o lendário Canal Beagle. Lugarejo pacato, com crianças a brincar nas poucas ruas e quase nenhum vestígio de modernidade. Só o uivo do vento rompe o silêncio imperativo dessa terra extrema e fria.
E vai ser fria assim lá onde o vento faz a curva! Opa, vai ver é nesse lugar mesmo que fica Puerto Williams. Mas não pense que é roubada visitá-la. Seria um equívoco ignorar o Museu Martín Gusinde, cujo acervo conta a história dos nativos patagônicos, com destaque para as culturas yámana e kawéskar.
Seria ainda bobagem deixar de provar as iguarias do Restaurante Cabo de Hornos. No menu, a exótica carne de castor – animal introduzido pelos europeus que virou praga na Patagônia – e frutos do mar regionais, como a centolla e o congrio.
E será ótimo saber que Mario Ortiz Osorio abrirá um enorme sorriso para recebê-lo na Hostería Onashaga, lugar família com vaga para 20 viajantes intrépidos como você.
Restaurante Cabo de Hornos. Calle Ricardo Marangaño, 146; tel.: 00–56-61-62-1232)
Hostería Onashaga. Calle Uspachun, 290; tel.: 00– 56-61-62-1564
Fonte: Estadão