O filme “Sanxia Haoren”, do diretor chinês Jia Zhang-Ke, ganhou no último sábado (09) o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza, de acordo com o júri do evento, presidido pela atriz francesa Catherine Deneuve.
O Leão de Prata da 63ª edição do festival ficou com o diretor francês Alain Resnais, por seu filme “Corações – Pequenos Medos Compartilhados”.
“Sanxia Haoren” (“Still Life“, ainda sem título em português) se passa na velha aldeia chinesa de Fengjie, que ficou submersa na construção de uma represa.
O filme de Zhang-Ke, de 35 anos e formado em Cinema pela Academia de Pequim, aborda a China atual por meio da história de um mineiro que chega a Fingjie em busca de sua ex-mulher para voltar a se casar e de uma enfermeira que chega à aldeia com o objetivo de recuperar seu marido, ausente de casa por dois anos.
“Sanxia Haoren” entrou na seleção oficial de última hora. Como não estava em nenhuma das listas de apostas sobre os filmes favoritos, o Leão de Ouro foi considerado uma “zebra”.
O poliglota diretor da Mostra, Marco Müller, entregou o prêmio ao cineasta chinês falando em mandarim. Zhang-Ke também participou do evento na seção paralela “Horizontes”, com o documentário “Dong”, sobre a construção de um enorme dique na região de Três Gargantas.
“Estou orgulhoso de apresentar dois filmes em Veneza, uma cidade que tem tanta água, duas obras que têm a ver com água”, declarou o cineasta.
“Veneza e suas águas ajudam meu trabalho”, brincou, dizendo ser um representante da “cultura do rio”.
Esta foi a terceira participação de Zhang-Ke em Veneza, onde já apresentou “Zhantai”, em 2000, e “Shije”, em 2004.
Já Alain Resnais, inspirador da nouvelle vague, premiado em Veneza, em 1961, por “O ano passado em Marienbad”, recorda com terror desses dias pelas críticas e protestos do público contra seu filme. Hoje, com mais de 80 anos e meio século depois, recebe finalmente o importante prêmio.
O júri composto por Catherine Deneuve, os cineastas Bigas Luna, Cameron Crowe e Park Chan-Wook elogiou o humor agridoce e o ritmo da obra do francês, que fala de achar a felicidade impossível e da solidão.
O filme “Novomondo”, do italiano Emanuele Crialese, sobre a emigração siciliana do início do século 20, foi escolhido como o Leão de Prata revelação.
Crialese, autor de “Respiro”, premiado em 2002 em Cannes pela Semana da Crítica, narra em três atos o drama da imigração italiana para os Estados Unidos e faz uma metáfora universal, que mescla o onírico com a realidade.
A Copa Volpi, prêmio de melhor interpretação masculina da mostra, foi concedido ao ator norte-americano Ben Affleck, protagonista do filme “Hollywoodland”, de Allen Coulter.
Já a Copa Volpi de melhor atriz foi para a inglesa Helen Mirren por sua interpretação em “The Queen”, de Stephen Frears.
Affleck, que interpreta o primeiro Superman da história da televisão, nos anos 50, teve de engordar 20 kg para viver a personagem.
O prêmio não pôde ser recebido pelo ator, que se encontra em Los Angeles, mas ele enviou uma mensagem pelo celular.
“Sinto-me muito satisfeito por prêmio tão importante”, comentou.
Affleck vive o lendário ator George Reeves, o encarnou pela primeira vez o Superman, de forma crível, simpática, charmosa e ambiciosa.
O filme trata de um dos maiores mistérios de Hollywood, quando Reeves foi achado morto em seu quarto em uma noite de junho de 1959, aparentemente por suicídio.
Já a célebre atriz inglesa Helen Mirren seduziu o júri presidido pela atriz francesa Catherine Deneuve por sua magistral interpretação da rainha Elizabeth II.
O filme, um retrato cru e divertido da família real inglesa, relata com elegância e ironia o impacto que representou para a monarquia inglesa a inesperada morte da princesa Diana.
Mirren recebeu em 2003 o título de Dama do Império Britânico e sua recente atuação no National Theater lhe valeu a indicação para o prestigioso prêmio Oliver como melhor atriz.
Representando o Chade pela primeira vez em Veneza, “Daratt”, de Mahamat-Saleh Haroun, recebeu o prêmio especial do júri, depois de ter recebido o prêmio de melhor primeira obra, com “Bye Bye Africa”.
O prêmio especial pelo conjunto da obra foi concedido aos cineastas franceses Jean-Marie Straub (73 anos) e Danièle Huillet (70 anos), que competiram com “Quei Loro incontri”.
Por fim, Emmanuel Lubezki recebeu o prêmio de melhor fotografia por “Children of men”, do mexicano Alfonso Cuarón.
Fonte: Uol, com agências internationais
“Sanxia Haoren”, do chinês Jia Zhang-Ke, ganha Leão de Ouro em Veneza
"Sanxia Haoren" ("Still Life", ainda sem título em português) se passa na velha aldeia chinesa de Fengjie, que ficou submersa na construção de uma represa. O Le
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