Cotidiano

Túmulo de menina sem cérebro atrai visitantes em busca de milagres

A menina Marcela de Jesus Ferreira, que nasceu com anencefalia na cidade de Patrocínio Paulista, a 312 km de São […]

A menina Marcela de Jesus Ferreira, que nasceu com anencefalia na cidade de Patrocínio Paulista, a 312 km de São Paulo, atraiu atenções durante sua curta vida de 1 ano e 8 meses devido à surpresa médica que sua sobrevivência significava. Depois de sua morte, na última sexta-feira (1º), a criança continua atraindo quem acredita na fé. Seu túmulo é o mais procurado no cemitério da pequena cidade: segundo zelador do local, José Antônio Cícero, de 59 anos, mais de 150 pessoas já foram visitar o local desde o enterro, no sábado (2).

“Muita gente da própria cidade e de cidades vizinhas tem ido visitar. A maioria já conhecia a história dela”, conta Cícero. “O pessoal pergunta onde fica o túmulo, mas é bem fácil de ver, fica logo no início, e tem muitas coroas de flores”, explica.

Segundo o zelador, algumas pessoas comentam que o bebê poderia realizar algum milagre. “Inclusive um amigo meu acha que ela vai fazer milagre, isso atrai as pessoas”, diz. No próprio dia do enterro da menina havia muito mais gente do que em outras ocasiões. Cícero conta também que alguns dos visitantes chegaram a acender velas e rezar por Marcela.

A mãe da menina, Cacilda Galante Ferreira, 37 anos, se diz feliz com a fé das pessoas em sua filha. “Se as pessoas acreditam que ela pode fazer alguma coisa por eles, eu fico muito feliz que estão fazendo pedidos para ela”, conta. “Não é ela que faz, e sim a fé da pessoa. Se a pessoa tem fé, acredito que minha filha possa sim interceder junto a Deus. Ela já veio ao mundo para unir mais as pessoas, para mostrar que Deus existe”.

Cacilda conta que ficou sabendo nesta quarta-feira (6), quando foi visitar o túmulo da filha, que o local era ponto de visita de muitas pessoas. Ela não chegou a encontrar ninguém, por ter ido muito cedo. “Eu vou todos os dias que posso, que sinto que preciso conversar com ela”, diz.

Questão de fé 

Para a mãe, que acredita que a vida da filha já representou um milagre, a criança ensinou muitas coisas. “Aumentou a minha fé, ensinou a ter mais amor à vida, a não reclamar de nada, porque ela foi um exemplo muito grande. Foi uma lição de vida, a cada dia e a cada segundo eu aprendia um pouquinho mais”.

Marcela morreu às 22 horas de sexta, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), da Santa Casa de Franca, com parada respiratória em decorrência de uma pneumonia aspirativa. Ela estava bem até as 7h, quando a mãe Cacilda Galante Ferreira a alimentou com leite, por sonda. Mas ela vomitou e, em seguida, aspirou muito do alimento, o que provocou a pneumonia, detectada pouco depois na Santa Casa local.

Mesmo diante do diagnóstico de anencefalia, no quinto mês de gravidez, sabendo que eram poucas as possibilidades de sobrevivência do bebê, Cacilda decidiu não interromper a gestação. Marcela nasceu em 20 de novembro de 2006. “Desde que fiquei sabendo do problema entreguei nas mãos de Deus para que ele a usasse da forma que achasse melhor”, conta a mãe. 

G1

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