Os números de boletins de ocorrência e processos relacionados à estupros vem aumentando no Brasil. Os dados são, ao mesmo tempo, tristes e reconfortantes. Tristes porque mulheres continuam sofrendo abusos e reconfortantes porque passaram a denunciar seus agressores. A vergonha e a humilhação ainda existem, mas têm sido deixadas de lado em nome da justiça.
Nos Estados Unidos, a cultura de denúncia é bastante diferente da brasileira e isso facilita a produção de certos tipos de índices e pesquisas, como a realizada pela organização National Intimate Partner and Sexual Violence Survey. De acordo com o estudo, uma em cada cinco americanas será estuprada em algum momento de sua vida. Os números de violência sexual são assustadores.
É assustador saber que, por exemplo, dentre os seus grupos de melhores amigas, ou primas, alguém sofrerá esse tipo de violência que deixa marcas eternas e transforma a vida de quem é vítima.
O estudo mostra ainda que os Estados Unidos estão vivendo uma epidemia de estupros. Leia bem, não é uma epidemia de denúncias. O que aumentou foi, realmente, o número de pessoas violentadas. Dentre as vítimas, 43% são mulheres e 23% homens. Entre os agressores, o número de mulheres é inexpressivo. Ainda há dados sobre violência exercida por parceiros (20 pessoas são vítimas POR MINUTO, atingindo UMA a cada DUAS mulheres).
Os números são assustadores: 23 milhões de mulheres serão vítimas de agressores. Como mudar isso? O primeiro passo é entender quem é a vítima e quem é o agressor. Agride quem não respeita o espaço do outro. É vítima quem tem sua intimidade envolvida. Não importa o lugar, a roupa, o tipo de relacionamento. Vítimas sempre serão vítimas e não têm culpa disso.