Ato do prefeito

Editoras reagem a ato de censura promovido por Crivella na Bienal do Rio

Fiscais visitaram a feira para verificar a denúncia de que livros impróprios para menores de idade estariam à venda.

Editoras reagem a ato de censura promovido por Crivella na Bienal do Rio

Em comunicado divulgado à imprensa e publicado também na internet, a Companhia das Letras manifestou seu "repúdio a todo e qualquer ato de censura" e se posicionou "à favor da liberdade de expressão". — Foto:Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo

Diversas editoras de livros brasileiras estão se manifestando nesta sexta (6) contra o anúncio do prefeito do Rio da Janeiro, Marcelo Crivella, de que censuraria exemplares do gibi “Vingadores – A Cruzada das Crianças”, expostos na Bienal do Rio, por conterem imagens de um beijo gay.

Acompanhados pelo subsecretário de operações da Secretaria Municipal de Ordem Pública, o coronel Wolney Dias, fiscais visitaram a feira para verificar a denúncia de que livros impróprios para menores de idade estariam à venda.

Poucas horas após a determinação, editoras foram às redes sociais protestar. Em comunicado divulgado à imprensa e publicado também na internet, a Companhia das Letras manifestou seu “repúdio a todo e qualquer ato de censura” e se posicionou “à favor da liberdade de expressão”.

“Posturas como a do prefeito Marcelo Crivella e do governador João Doria – que recentemente mandou recolher uma apostila escolar que falava sobre diversidade sexual – tentam colocar a sociedade brasileira em tempos medievais, quando as pessoas não tinham a liberdade de expressar suas identidades. Eles desprezam valores fundamentais da sociedade e tentam impedir o acesso à informação séria, que habilita os jovens a entrar na fase adulta mais preparados para uma vida feliz”, assina o fundador da empresa, Luiz Schwarcz.

A Galera Record, selo do Grupo Editorial Record, publicou uma foto com diversos livros de temática LGBT distribuídos por ela, como o vencedor do Pullitzer “As Desventuras de Arthur Less”. “Homofobia é crime e acreditamos que o papel do Estado é incentivar a leitura e não criar barreiras que marginalizem uma parcela da população que já sofre com a intolerância”, diz a nota.

“Nossos livros estão à venda no estande e em todas as livrarias brasileiras, online e físicas. Vamos continuar lutando para que todos os jovens se vejam representados em nossas histórias.”

De forma semelhante, a Intrínseca compartilhou imagens de livros de seu catálogo, como “Me Chame pelo Seu Nome”, “Com Amor, Simon” e “E Se Fosse a Gente?”. “Em um mundo que nega nossa existência, os livros nos mostram a beleza de ser quem somos”, diz a publicação.

A Todavia escreveu que continuará “publicando e vendendo livros que exprimem nossa visão plural de mundo e do Brasil, direito esse amparado pela Constituição”.

Dedicada ao público infantojuvenil, a Plataforma 21 diz que “a arte está sob ataque” e que “os livros e a literatura são a mais valiosa arma para vencer preconceitos e acabar com a desinformação”. Já a Quimera Produções Literárias compartilhou imagem na qual se lê “aqui não acreditamos em censura”.

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