Teatro

Espetáculo ‘MaRemoto’ mergulha nas inquietações sobre ser mulher

Encenado pelas atrizes Anna Raquel Apolinário e Thaís Piquet, MaRemoto estreia em João Pessoa nos dias 3,4, e 5 de junho, como parte do projeto ‘Quinta Travessia’.

Espetáculo 'MaRemoto' mergulha nas inquietações sobre ser mulher

O espetáculo é resultado do processo de criação coletiva entre as atrizes Thais Piquet e Anna Raquel Apolinário. — Foto:Reprodução

Ser mulher em uma sociedade preconceituosa é como o oceano: alguns dias de calmaria, outros de revolta. Pensando nisso, as atrizes Anna Raquel Apolinário e Thaís Piquet mergulham nas águas das suas próprias vivências, que incluem questões que atravessam outras mulheres, no espetáculo ‘MaRemoto’, que estreia nos dias 3 e 4 de junho, às 19h, e no dia 5, a partir das 18h, no Teatro Lima Penante, em João Pessoa. 

O nome escolhido faz um jogo de palavras entre Mar Remoto e Maremoto, uma referência a um lugar hora ficcional ou real sobre esse universo do feminino que traz consigo e de forma imagética algumas questões sobre as turbulências desse universo e a distância de uma realidade “confortável/segura/plena” de mulheres dentro dessa nossa sociedade. 

O espetáculo é resultado do processo de criação coletiva entre as atrizes Thais Piquet e Anna Raquel Apolinário, os encenadores Marcelo Marques Teixeira e Miguel Segundo e o dramaturgo Tiago Germano.

Além deles, MaRemoto tem Rayssa Medeiros como cenógrafa, Tainá Macêdo como figurinista, Aelson Felinto como iluminador, além de Laís Penna, Tátá Ferreira e Fabricio Sortica como produtores. 

Uma das peculiaridades de MaRemoto é que a plateia será disposta de modo que as mulheres ocupem os lugares do meio e os homens fiquem à margem. De acordo com o encenador Miguel Segundo, o objetivo é inverter a situação que, infelizmente, ainda é bastante presente na sociedade: mulheres em situações de desprivilégio e marginalização.  

“A mulher socialmente é a figura desprivilegiada do mundo, diferente do homem que tem um espaço de privilégio em todos os espaços. O espetáculo propõe uma situação inversa: a mulher com um olhar para a espectadora que esteja confortável. Para os homens, a periferia da plateia, como zona de desconforto para refletir sobre seus próprios espaços”. 

O projeto Quinta Travessia 

‘MaRemoto’ faz parte do projeto Quinta Travessia, realizado com recursos da segunda fase da Lei Aldir Blanc, pelo Edital Parrá do governo do Estado da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, na Paraíba. O objetivo do projeto é a criação e apresentação de um espetáculo teatral, além de um workshop virtual de teatro.

O workshop, que recebeu o nome de ‘5ª TRAVESSIA Etapa II – em estado de criação’, ocorrerá de forma VIRTUAL através de dois encontros, nos dias 28 e 29 de maio de 2022, das 20 às 22h, de forma  gratuita. Foi criado por Marcelo Marques, que é ator, diretor, preparador corporal, e doutorando em Artes pela UFMG, Mestre em Artes Cênicas pela UFOP, graduado em Licenciatura em Teatro pela UFPB.

Os interessados podem se inscrever por meio de formulário online e precisam ter acima de 18 anos. Para mais informações sobre o espetáculo MaRemoto e sobre o workshop, acesse o perfil do projeto, o @quintatravessia,  no Instagram.

Sobre a equipe: 

Thais Piquet

A atriz tem 39 anos, é mãe, atriz, enfermeira e formada em pedagogia. Nas horas vagas, ela gosta de se aventurar como artista plástica e é uma apaixonada pela vida, por viagens e pela pequena Paola. A sua essência é a arte!

Filha de educadores, eles sempre foram seus grandes exemplos e incentivadores.

Anna Raquel Apolinário 

Atriz Paraibana, mãe do Miguel, filha de uma pedagoga nascida em Patu-RN e um economista dedicado, Raquel começa a dar curtos passos como cantora soltando a voz nas horas vagas. Formou- se pela UFPB como Bacharela em Teatro em 2012, mas desde 2004 “Essa menina tá solta de canga e corda, bandoleirando pelos teatros do meio do mundo”, como diz sua mainha. Também é licenciada em Artes Visuais e com pós-graduação nas áreas de Arte Educação, Arteterapia e Psicopedagogia, saberes que dialogam e colaboram no trabalho de Reabilitação através da Arte que, com amor e respeito, desenvolve com pessoas com deficiência e TEA (Transtorno do Espectro Autista) pelo governo do Estado da PB desde 2015. 

Marcelo Marques 

Ele é ator, preparador corporal e professor de Teatro no IFSC/Câmpus Florianópolis-SC.
Formado em Teatro pela UFPB, Mestre em Artes Cênicas pela UFOP e doutorando em Artes pela UFMG. Marcelo é um dos fundadores do NUPTA (Núcleo de Pesquisa do Ator), como também foi ator dos grupos de teatro: Gota, Cia. Ensaio de Dança-Teatro e Grupo Graxa de Teatro.

Em 2019, finalizou um processo de quatro anos de pesquisa cênica no A.P.A. (Ateliê de Pesquisa do Ator) sob a orientação dos atores-pedagogos: Stephane Brodt (Amok Teatro) e Carlos Simioni (LUME Teatro) e uma Residência Artística no CEFART, em Belo Horizonte (MG), sob a orientação do Prof. Me. Cristiano Diniz. Dirigiu espetáculos como: Diário de Helga, Transcedência, Pessoas do Seu João, entre outras participações. Ademais, nomes como: Roberta Carreri, Raquel Hirson, Tiche Vianna e Luiz Carlos Vasconcelos auxiliaram na sua edificação enquanto ator-pesquisador.

Miguel Segundo

Ele é Potiguara (indígena), paraibano e artista-pesquisador. Bacharel (2019) e licenciando em teatro, ambos pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Realizou intercâmbio no curso de teatro pela Universidade de Évora (Portugal – 2019). Mestrando em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN (início 2020).

Também atua nas linguagens de Dança e Performance, desenvolvendo pesquisas e produções artísticas. É cofundador do Coletivo de Teatro Aruã, participando como ator/encenador/pesquisador/produtor; membro do Ciclo de Debates e Estudos em Artes Cênicas; integrante da Cia de Teatro Encena.

Investiga principalmente os seguintes temas: Pesquisa etnográfica, memória, autobiografia/autoficção, processos híbridos e sensorialidade.

Tiago Germano 

Nascido em Picuí (PB), em 1982, Tiago é autor da coletânea de contos “Catálogo de pequenas espécies” (Caos e Letras, 2021), do romance “A mulher faminta” (2018) e do volume de crônicas “Demônios domésticos” (2017), vencedor do Prêmio Minuano de Literatura e finalista do Jabuti.

É mestre e doutor em escrita criativa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), e foi bolsista do Programa Institucional de Internacionalização da CAPES na School of Literature, Drama and Creative Writing da University of East Anglia, na Inglaterra, por onde passaram o Booker Prize Ian McEwan e o Nobel de Literatura Kazuo Ishiguro.

Atualmente mora em João Pessoa (PB), onde é co-fundador da escola de escrita @ediculaliteraria.

Laís Penna

Laís Penna mora e trabalha na capital mineira. Com a normalização das videochamadas, ela entrou na equipe no período da escrita do projeto e agora tem feito tudo acompanhando de pertinho, mesmo estando longe.

Laís escreve projetos para editais de lei de incentivo e outros chamamentos artísticos, atua como parecerista de projetos e é produtora de Festivais. É também produtora do @grupomovencia grupo de contação de histórias, na literatura Laís também trabalha e pesquisa a mediação literária para crianças pequenas. Sua formação abarca as artes cênicas, educação e a psicopedagogia.

Fabricio Sortica 

Conectando o nordeste com o sul do país, Fabricio Sortica é de Porto Alegre, capital gaúcha, e atua há 18 anos na área da cultura, tendo participado da produção de diversos projetos e eventos entre as áreas de audiovisual, artes visuais e artes cênicas. Desde abril de 2021 trabalha em conjunto com a produtora mineira Laís Penna prestando consultoria no planejamento, escrita e gestão de projetos culturais, parceria esta que o levou a ingressar na equipe de produção do projeto Quinta Travessia.

Além do planejamento, produção e gestão, Fabricio também atua como parecerista de projetos culturais desde 2014, e tem formação técnica em Eletrônica e superior em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Fabico/UFRGS).

Tatá Ferreira 

Tatá tem 28 anos, é natural de Goiana-PE. Atua como produtora local do projeto Quinta Travessia. É formada em Artes Cênicas pelo curso básico e profissional da Escola de Artes João Pernambuco em Recife-PE, bacharel em Teatro pela Universidade Federal da Paraíba e está cursando licenciatura em teatro. Trabalha com produção cultural desde 2010, quando produziu oficinas, cursos e espetáculos através de projetos culturais. Ela é apaixonada por João Pessoa e louca por rubacão e por isso mora aqui desde 2016.

Rayssa Medeiros 

Rayssa é natural de Patos-PB, nascida em 14/03/1998. Como uma boa pisciana se formou em Teatro (Licenciatura) pela UFPB, mas desenvolve em seus trabalhos cênicos uma relação muito presente com as Artes Visuais. Em 2017 nasce a Me.Rabisque, que respondia antes por Rabisco de Amador, um espaço criativo em que a artista assina seus trabalhos visuais.

Teve contato com a cenografia durante sua graduação, mas só teve oportunidade de se especializar em um curso proporcionado pelo Cearte no ano de 2021. Atualmente encontra-se como membro do LAPEFI (Laboratório Permanente de Figurino) localizado no DAC (Departamento de Artes Cênicas) da UFPB.

Aelson Felinto

Ator, produtor e professor de teatro. Bacharel e Licenciado em Teatro pela Universidade Federal da Paraíba, Aelson é artista/operário do teatro desde o ano de 2010, quando iniciou o Curso de Formação de Atores do Teatro Severino Cabral. De lá pra cá, além de ser ator e produtor, ele vem trabalhando também na parte técnica dos espetáculos, como iluminador, cenotécnico e operador de luz e som.

Tainá Macedo

Paraibana, atua desde 2009 com a criação e confecção de trajes de cena para teatro, dança, circo e audiovisual, com produções nos estados da Paraíba, Acre, Goiás e São Paulo. É doutora em artes cênicas pela Universidade de São Paulo, onde integra o Núcleo de Pesquisas em Trajes de Cena, também é professora de cenografia na Universidade Federal do Amapá desde 2015.

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