Entre os dias 19 e 22 deste mês, os alunos do tradicional Colégio Lyceu Paraibano terão oportunidade de ver a exposição 100 anos sem Machado de Assis, organizada pelo SESC-PB, lembrando o centenário de morte do cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico, tradutor e ensaísta Joaquim Maria Machado de Assis, com 12 painéis expositores contendo a história de sua vasta obra. Esta semana, a exposição está na Unidade do SESC LER, em Cajazeiras, integrando a Feira do Conhecimento no Centro de Lazer Leblom. Integra, também, a exposição, uma série de três programas em vídeo intitulada O Rio de Machado de Assis, que mostra o Rio de Janeiro sob a perspectiva das obras e dos personagens do autor.
Os painéis expositores, medindo 1,50m x 1,00m, com textos de Henrique Rodrigues, apresentam passagens da vida do escritor, que é considerado um dos patrimônios culturais mais importantes, cujos livros conduzem para questões universais dentro da vasta complexidade humana.
Ele foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, também chamada Casa de Machado de Assis, sendo seu primeiro presidente, e é tido, por muitos, o melhor escritor brasileiro de todos os tempos, além de um dos melhores escritores do mundo, enquanto romancista e contista. Suas crônicas não têm o mesmo brilho e seus poemas têm uma diferença curiosa com o restante de sua produção: ao passo que na prosa Machado é contido e elegante, seus poemas são algumas vezes chocantes na crueza dos termos similar talvez à de Augusto dos Anjos.
“Seus olhos que brilham tanto, que prendem tão doce encanto, que prendem um casto amor, onde corre rara beleza…” Este trecho do poema Ela, primeiro trabalho literário, escrito quando Machado tinha 15 anos de idade, é o início da arte de escrever de um dos maiores intelectuais do País. Machadinho – como o chamavam –, que era canhoto, tinha saúde frágil, epilético, gago e por ser filho de família humilde, que morava agregada no Rio de Janeiro, não freqüentou a escola regular, mas como a madrasta era doceira num colégio, fez contato com professores e alunos, que, provavelmente, o levou a assistir aulas quando não estava ajudando na venda de doces. Como autodidata aprendeu francês, inglês e alemão, incluindo em seu currículo a atividade de tradutor.
O exímio jogador de xadrez, Machado de Assis, iniciou sua carreira profissional trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, colaborando nos jornais, como cronista, contista, poeta e crítico literário, tornando-se respeitado como intelectual antes mesmo de se firmar como grande romancista. Com a aposentadoria do cargo de diretor do Ministério da Viação e Obras Públicas, passa a dedicar-se com mais comodidade à carreira literária. A morte de Carolina Augusta Xavier de Novais, sua esposa desde 1869, faz Machado escrever um de seus melhores poemas, Carolina. Muito doente, solitário, e triste, depois da morte da esposa, Machado morre em 29 de setembro de 1908, na sua velha casa no bairro carioca do Cosme Velho.
Principais romances: Ressurreição (1872); A mão e a luva (1874); Helena (1876); Iaiá Garcia (1878); Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881); Casa Velha (1885); Quincas Borba (1891); Dom Casmurro (1899); Esaú e Jacó (1904); e Memorial de Aires (1908).
Para ver a exposição, os representantes de escolas das redes pública e privada devem se inscrever no setor de cultura da Unidade SESC Centro, agendando o período a ser exposto nos educandários. Os contatos devem ser feitos no setor de cultura do SESC Centro João Pessoa, Rua Desembargador Souto Maior, 281, região central, ou pelo telefone 3208 3158. Tudo de forma gratuita.
Fonte: Assessoria