Enquanto o mundo está preocupado com coronavírus, Fernanda Abreu ainda sofre com os efeitos da chikungunya contraída há um ano. As dores nas articulações a levaram a recorrer à cortisona para aguentar o tranco dos shows. Mas que vê Fernanda, aos 58 anos, nem desconfia. É o que ela pretende mostrar na noite desta sexta-feira (13), quando grava o DVD (“agora é videoálbum”) do disco “Amor geral” (2016), no Imperator, casa de shows do Méier.
O projeto é o pontapé inicial para as comemorações de seus 30 anos de carreira, que segue com o lançamento, no próximo dia 20, de um single. “Do Ben” (parceria com Pedro Luis) homenageia Jorge Ben Jor, seu maior ídolo, que faz aniversário em 22 de março. Na imagem que acompanha o trabalho, Fernanda faz releitura da arte do disco “Jorge Ben” (1969) só que com referências próprias, como a sua papagaia Magali, além da bandeira do arco-íris. A vascaína só não se atreveu a substituir o escudo do Flamengo, estampado no violão de Ben Jor, pelo cruzmaltino. Outra novidade em produção é o álbum “Fernanda Abreu 30 anos de baile”, com remixes inéditos de músicas dela feitos por dez DJs diferentes.
Nesta entrevista, a autora do hino carioca “Rio 40 graus” (com Fausto Fawcett e Fausto Fawcett), conclama os cariocas a recuperar o espírito de simpatia da cidade. Também fala da dor de ver a mãe em coma por seis anos (“vou registrar em cartório meu desejo de não ser entubada, se algo acontecer comigo”), conta que levou cinco anos se separando (do designer Luiz Stein) e que está apaixonada pelo atual marido, o músico Tuto Ferraz (“é um vulcão, a gente parece adolescente”). Fernanda comenta ainda a personalidade das filhas Alice, de 27 anos, e Sofia, de 20 (“são feministas, dão a cara a tapa”) e fala de como lida com a passagem do tempo.
— Nem eu acredito que tenho 58 anos. Olho no espelho e parece que tenho 19 — diz.