Cultura

John Fogerty inicia nesta sexta, a primeira turnê pelo Brasil

John Fogerty fica em silêncio por alguns intermináveis segundos, como se estivesse tentando acreditar no que ouviu - que existe um jogador de futebol no Brasil

John Fogerty fica em silêncio por alguns intermináveis segundos, como se estivesse tentando acreditar no que ouviu – que existe um jogador de futebol no Brasil chamado Creedence Clearwater, assim batizado por causa da paixão do seu pai pelo tradicionalíssimo grupo americano de rock.

– Isso é verdade mesmo? Já ouvi as mais incríveis histórias de adoração à banda, mas essa realmente é incrível – diz o músico, de 65 anos, por telefone. – Ele joga bem, pelo menos?

Não tanto. Mas Fogerty – que se apresenta esta sexta no Citibank Hall – ainda bate um bolão. Seu mais recente disco solo foi "The blue ridger rangers rides again", de 2009, mas o que importa para os fãs é o glorioso currículo que o antecede. Afinal, de 1968 a 1972, Fogerty foi voz, guitarra, coração e mão de ferro do Creedence Clearwater Revival.

Atração subestimada do Festival de Woodstock – seu show não foi incluído no filme sobre o evento -, o grupo criou hits como "Proud Mary", "Born on the bayou" e "Have you ever seen the rain?", imbatíveis na categoria classic rock do karaokê mais próximo. O CCR, que entrou para o Rock and Roll Hall of Fame em 1993, já vendeu mais de 26 milhões de discos só nos EUA.

– Tivemos hits em todos os nossos discos, e isso não pode ser só sorte – garante Fogerty, principal compositor do grupo que formou com o irmão Tom (já falecido) e a dupla Stu Cook (baixo) e Doug Clifford (bateria).

Por causa de suas inúmeras referências ao estilo de vida rural típico do sul dos EUA – rios e campos de algodão são presenças constantes nas letras de Fogerty -, o som do CCR já foi apelidado de "swamp rock" (rock do pântano). Curiosamente, o berço da banda foi a cidade de Berkeley, na Califórnia, mais próxima da hippie e urbana São Francisco do que do mítico Mississipi.

– Na verdade, somos de El Cerrito, que fica bem perto de Berkeley – explica Fogerty, eleito um dos cem maiores guitarristas do mundo pela revista "Rolling Stone". – Cresci ouvindo os pioneiros do rock e do blues, e a maior parte deles era do Sul. Os filmes de que eu gostava quando criança eram passados lá também. Então tentei recriar esse universo nas minhas letras.

Apesar dos mais de 40 anos de estrada, a turnê, que vai passar também por São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba, é a primeira de Fogerty no Brasil. Nesse tempo, os fãs tiveram o apoio do genérico Creedence Clearwater Revisited, que já tocou por aqui, reciclando hits do original. O grupo é formado por Stu e Doug, históricos desafetos de Fogerty.

Apesar de ser difícil imaginar Fogerty bisando o sucesso do CCR ou mesmo do auge de sua carreira solo – como o hit "The old man down the road", de 1985 -, ele garante que está entusiasmado para entrar em estúdio e gravar o sucessor de "The blue ridger rangers rides again".

– Já tenho músicas novas prontas e pretendo gravar um novo disco em breve – conta ele, que não se assume como um dinossauro do rock na terra do iPad. – Adoro tecnologia. Acompanhei a evolução da música ao vinil, ao CD e agora à internet. Claro que não sou como esses garotos que nasceram com um computador nas mãos, mas sei me virar muito bem. Só me espanto ainda com a velocidade dessa evolução. Gosto de fazer as coisas com calma.

O Globo

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