Literatura

Morre o acadêmico Helio Jaguaribe

Ele foi o nono ocupante da cadeira número 11 da Academia Brasileira de Letras. Eleito em 3 de março de 2005, o intelectual sucedeu o economista Celso Furtado.

Morre o acadêmico Helio Jaguaribe

Jaguaribe morreu na noite deste domingo — Foto:Divulgação

O acadêmico, jurista, sociólogo e escritor Helio Jaguaribe morreu na noite deste domingo (9), em sua residência, em Copacabana, no Rio de Janeiro, vítima de falência múltipla dos órgãos.

O corpo de Jaguaribe será velado na Sala dos Poetas Românticos, no Petit Trianon, a partir das 10h desta quarta-feira (12) e o sepultamento está previsto para o mesmo dia, às 15h, no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

O acadêmico deixa viúva e cinco filhos. Nono ocupante da Cadeira nº 11 da ABL, Helio Jaguaribe foi eleito em 3 de março de 2005, na sucessão de Celso Furtado.

“Pare ele, ação e pensamento permanecem indissociáveis, como Darcy Ribeiro e Celso Furtado, que o precederam na cadeira 11. Cientista político de alta erudição e consciência vigilante, deixou obra vasta e criativa”, disse o presidente da ABL, Marco Lucchesi.

O representante citou dois títulos: “A dependência político-econômica da América Latina, verdadeiro clássico na área, e ‘Um estudo crítico da história’, considerado por Lucchesi como “divisor de águas da interpretação do processo histórico publicado em nosso país”.

O presidente da ABL também classificou Jaguaribe como “homem de gestos largos e entusiasmado, Helio continua vivo pelas virtudes de sua obra, saudosa do futuro”.

Helio Jaguaribe de Mattos nasceu no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1923, e se formou em Direito, em 1946, pela PUC-Rio.

Em 1952, deu início, com um grupo de jovens cientistas sociais, a um projeto de estudos para a reformulação do entendimento da sociedade brasileira, fundando o Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política (Ibesp).

Lá, foi secretário-geral e diretor da revista do Instituto, batizada de “Cadernos de nosso tempo”, de relevante influência no Brasil e na América Latina.

Em 1956, promoveu a constituição do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb), uma instituição de altos estudos, do Ministério da Educação e Cultura, no campo das Ciências Sociais, do qual foi designado chefe do Departamento de Ciência Política.

Ele pediu exoneração de ambas as funções em 1959, por discordância com mudanças na orientação dos institutos. Passou, então, alguns anos colaborando, sem vínculos permanentes, com diversas instituições acadêmicas, no Brasil e no exterior.

Em 1964, depois de pública condenação do golpe militar, afastou-se do país e foi lecionar nos Estados Unidos. De 1964 a 1966, ele trabalhou na Universidade de Harvard; de 1966 a 1967, na Universidade de Stanford; e de 1968 a 1969, no MIT – Massachusets Institute of Tecnology.

Retornando ao Brasil em 1969, Jaguaribe ingressou no Conjunto Universitário Cândido Mendes onde, por alguns anos, foi diretor de Assuntos Internacionais. Com a fundação do Instituto de Estudos Políticos e Sociais, em 1979, foi designado decano, função que exerceu até 2003.

Naquela data, completando 80 anos, propôs sua substituição por alguém mais jovem, o professor Francisco Weffort, ex-Ministro da Cultura do Governo Fernando Henrique Cardoso, que foi escolhido para o cargo. Para Jaguaribe foi conferido o título de decano emérito e, nessa função, continuou suas pesquisas.

Por sua contribuição às Ciências Sociais, aos estudos latino-americanos e à análise das Relações Internacionais, recebeu o grau de Doutor Honoris Causa da Universidade de Johannes Gutenberg, de Mainz, RFA (em 1983); da Universidade Federal da Paraíba (em 1992) e da Universidade de Buenos Aires (em 2001).

Em 1996, foi agraciado, por sua contribuição às Ciências Sociais, com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Em 1999, o Ministério da Cultura conferiu, por sua contribuição ao desenvolvimento cultural do país, a Ordem do Mérito Cultural.

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