Caminhoneiros

Bloqueio em rodovias afeta portos e ferrovias; acesso a Santos é liberado

Caminhoneiros interditaram acesso ao Porto de Santos por quase 9 horas. Justiça determinou liberação de vias em cinco estados.

Bloqueio em rodovias afeta portos e ferrovias; acesso a Santos é liberado

O bloqueio de estradas por caminhoneiros começou a afetar o transporte de mercadorias nos portos e ferrovias do país. Nesta terça-feira (24), manifestantes fecharam os acessos ao Porto de Santos (SP), o maior do Brasil, por quase nove horas.  A Polícia Militar usou bombas de gás e prendeu 7 pessoas que se negavam a desbloquear as vias. O trecho só foi liberado no começo da noite.Os bloqueios afetaram ainda a operação do porto de Paranaguá, no Paraná, principal terminal de exportação de produtos agrícolas do país. Segundo a administração do porto, apenas 10% dos carregamentos previstos para esta terça foram realizados.Também nesta terça, o governo conseguiu nas justiças de São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul a liberação de trechos interditados pelos protestos.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, marcou para a manhã desta quarta (25) um encontro com sindicatos e representantes dos caminhoneiros.Desde segunda-feira (23), o terminal ferroviário de Rondonópolis, no sul de Mato Grosso, deixa de exportar 12,8 mil toneladas de grãos por dia, devido aos protestos que impedem a circulação dos caminhões.

As manifestações, iniciadas na semana passada, conseguiram maior adesão e foram registradas paralisações de caminhoneiros em 13 estados ao longo desta terça, sendo que em 12 deles houve bloqueio de estradas.Pouco depois das 20h, bloqueios fechavam vias em nove estados. Perto das 21h, as estradas de Mato Grosso do Sul foram liberadas após um dia inteiro de protestos.

Os caminhoneiros protestam, principalmente, contra o aumento do diesel e o preço do frete, considerado baixo pela categoria. Nesta noite, o secretário-geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse que não é “pauta” do governo a redução do preço do diesel. Segundo ele, haverá uma reunião nesta quarta em Brasília com lideranças dos caminhoneiros e empresários.Decisões judiciaisO governo conseguiu nesta terça as primeiras decisões judiciais determinando o desbloqueio de rodovias pelos caminhoneiros. Em São Paulo, a decisão do juiz Bruno César Lorencini determinou a liberação de todas as rodovias federais e fixou multa de R$ 50 mil por hora de descumprimento para o sindicato de empresas de logística, além de multa de R$ 100 para o cada manifestante que não desbloquear a rodovia.

No Rio Grande do Sul, a Justiça Federal determinou a desocupação de três rodovias federais em Pelotas: BR-116, BR-293 e BR-392.Outra ação, movida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do estado, conseguiu a determinação do fim dos protestos que ocupam techos de rodovias em Passo Fundo (BR-285), Santa Rosa (BR-472) e Santa Vitória do Palmar (BR-468).Em Minas Gerais, a Justiça Federal determinou a imediata desobstrução das rodovias federais que cortam o estado, parcialmente bloqueadas por caminhoneiros desde domingo (22).

Caso a decisão seja descumprida, os sindicatos que promovem os protestos pagarão multa de R$ 50 mil por hora de ocupação indevida, além de R$ 5 mil por pessoa física ou veículo.A liberação das rodovias em Minas só deve acontecer nesta quarta, assim que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) for notificada oficialmente.Na Bahia, decisão liminar da juíza Gabriela Silva Macedo, da Justiça Federal em Barreiras, determinou que, se as estradas não forem desbloqueadas, haverá multa de R$ 100 mil por hora.No Mato Grosso do Sul, a Advocacia-Geral da União informou que foi concedida liminar para liberar estradas federais do estado, mas não há informações se a decisão atinge ou não todas as rodovias.Em Santa Catarina, a PRF começou a usar sua tropa de choque para liberar rodovias ocupadas pelo protesto de caminhoneiros. Os policiais fizeram com que os veículos que bloqueavam um trecho da BR-282 em Xanxerê, no oeste do estado, fossem tirados da pista e colocados no acostamento. Segundo a PRF, foi uma desinterdição “à força, mas sem confronto”.

VEJA COMO ESTÁ A SITUAÇÃO EM CADA ESTADO

BA

Caminhoneiros iniciaram protestos na manhã desta terça-feira na Bahia. À tarde, eles fecharam a Via Expressa, em Salvador, no sentido porto.Também há interdições na cidade de Luís Eduardo Magalhães, região oeste do estado. Um trecho que estava interditado em Feira de Santana foi liberado no fim da tarde.
CEOs bloqueios também chegaram ao Ceará nesta terça-feira, onde cerca de 60 caminhões fecham os dois sentidos da BR-116, em Fortaleza. Apenas veículos pequenos, de emergência e caminhões com carga viva podem passar.O trecho é um dos principais acessos à capital cearense e com intensa movimentação de cargas, já que a rodovia liga o Ceará ao Rio Grande do Sul. Veja aqui os pontos com bloqueio.

SP

Um protesto de caminhoneiros bloqueou os acessos ao Porto de Santos durante quase nove hores. A fila de caminhões fez com que a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), liberasse a circulação de veículos de passeio, que chegam da capital paulista, pelo acostamento da Rodovia Anchieta.Perto do porto, o  Batalhão de Choque da Polícia Militar se organizou para liberar a pista e após isso abordou os caminhoneiros. Alguns se negaram a sair. A polícia usou bombas de gás e prendeu 7 pessoas.O trecho da Via Anchieta em Santos, no litoral de São Paulo, foi liberado no começo da noite desta terça. Os caminhões começaram a deixar o local por volta das 22h30 e primeiramente o tráfego foi liberado no Viaduto da Alemoa. Depois disso o trânsito foi liberado nos arredores e flui bem.O trânsito lento acabou atrapalhando os motoristas que trafegavam pelo local durante a tarde. Alguns dos condutores, que estavam com os carros parados na Anchieta, acabaram sendo assaltados por criminosos que se aproveitaram dos protestos.Um outro grupo realizou um ato de protesto no km 560 da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), em Parapuã, interior de São Paulo. A via foi liberada no fim da tarde.

MG

Em Minas Gerais, os caminhoneiros interditavam parcialmente, nesta terça-feira, a Rodovia Fernão Dias, em Igarapé, na Grande BH; em Oliveira, no Centro-Oeste; e em Perdões, no Sul; e em Santo Antônio do Amparo. Veja aqui os pontos de bloqueio no estado.São registradas interdições também na BR-262 e na BR-040. Manifestantes fecharam ainda o trecho da MG-050 que liga Divinópolis a Formiga.A manifestação na Região Metropolitana afeta a produção de veículos na Fiat pelo segundo dia consecutivo. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, devido à falta de peças que não foram entregues não é possível retomar a produção, e turnos foram suspensos.A paralisação no Centro-Oeste de Minas já provoca reflexos nos postos de combustíveis. Em Oliveira, pelo menos três já confirmaram que estão fechados e outros têm quantidade mínima para abastecimento.

PR

Segundo a PRF, até as 21h desta terça, o estado tinha 23 pontos de interdição em rodovias.A paralisação afetou as operações do Porto de Paranaguá. Dos 900 caminhões que deveriam descarregar no pátio nesta terça, apenas 45 chegaram. Segundo a administração, 1.569 caminhões também deixaram de carregar os grãos do porto. Os bloqueios também causaram falta de combustíveis em alguns postos do sudoeste e do oeste do Paraná. Naqueles em que ainda havia combustível, o litro da gasolina chegou a R$ 5.Indústrias de alimentos, agricultores e pecuaristas do oeste, sudoeste e norte do Paraná estão suspendendo as produções. Frigoríficos em Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e Toledo deixaram de fazer o abate de aves.Em Marmeleiro, nesta terça, um produtor teve que jogar fora 3 mil litros de leite, já que os caminhões do laticínio para quem fornece em Santa Catarina não conseguem chegar à propriedade no sudoeste do Paraná desde o dia 18.Em Santo Antônio do Sudoeste, as aulas nas escolas municipais foram canceladas, e os serviços de limpeza, interrompidos.

SC

Em Santa Catarina, onde os protestos ocorrem desde quarta-feira (18),  havia pelo menos 32 rodovias estaduais e federais com bloqueios de caminhoneiros na tarde desta terça-feira.Os atos se concentram, principalmente, no Oeste do estado, mas há bloqueios também na Serra, no Vale do Itajaí, no Sul e no Norte. Veja aqui os pontos de bloqueio no estado. Segundo o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileito), por causa dos bloqueios a coleta de leite no estado pode ser 100% interrompida. O Sindicato dos Postos de Combustíveis de Chapecó afirma que 90% dos postos do oeste catarinense estão sem conbustível.A maioria dos frigoríficos do estado deve parar a produção nesta terça-feira, segundo o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Ricardo de Gouvêa.”O prejuízo é muito grande. Hoje ainda não é possível mensurar. Ele é do tamanho de toda a cadeia produtiva”, disse Gouvêa.

RS

A Justiça Federal determinou o desbloqueio de rodovias em Pelotas (BR-116, BR-293 e BR-392), Passo Fundo (BR-285), Santa Rosa (BR-472) e Santa Vitória do Palmar (BR-468).Segundo as polícias rodoviárias federal e estadual, manifestações de caminhoneiros ocorrem em mais de 20 rodovias do estado nesta terça-feira. Em algumas delas, veículos de carga são impedidos de seguir viagem.A paralisação dos caminhoneiros já afeta diversos setores produtivos no estado. Indústrias de laticínios e frigoríficos, por exemplo, estão com produção reduzida por falta de matéria-prima e já contabilizam prejuízos. Caso a circulação de mercadorias não seja normalizada, os SUPERMERCADOS afirmam que podem faltar produtos nas prateleiras.Se o bloqueio continuar, em um ou dois dias faltará leite no mercado, estima o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do estado (Sindilat-RS). O maior frigorífico de suínos do estado suspendeu as atividades nesta manhã e 3 mil animais deixarão de ser abatidos.

MT

Pela manhã, ao menos dez trechos das BRs 364, 163 e 070, em Mato Grosso, estavam bloqueados nesta terça-feira.Segundo a PRF, os caminhoneiros não deram trégua durante a noite e mantiveram as interdições nos municípios de Cuiabá, Rondonópolis, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sorriso e Diamantino. Em Sinop, o bloqueio começou no início da manhã.Os caminhoneiros tentam impedir, há quase uma semana, que os veículos de cargas façam o escoamento da produção agrícola. Os caminhões com combustíveis seguem presos em bloqueios e, como consequência, o óleo diesel acabou em distribuidora no Norte do estado.

MS

Durante praticamente todo o dia, os caminhoneiros realizaram bloqueios em nove trechos de estradas em Mato Grosso, liberando as vias no início da noite desta terça-feira.Os protestos se concentram em  São Gabriel do Oeste, Dourados, Campo Grande e Ponta Porã.Para o caminhoneiro Marcelo Silva, o protesto está mal organizado. Ele saiu de Santa Catarina para entregar piso em Mato Grosso e já passou por quatro pontos de manifestação. “São nossas reivindicações, claro, mas nem todos os caminhoneiros estavam preparados para a paralisação”, disse durante parada na BR-163, em São Gabriel do Oeste.Os motoristas que participam do protesto no estado montaram tendas na beira das rodovias, onde improvisaram almoço nesta terça-feira. Os organizadores do movimento afirmam que não há previsão para o término dos bloqueios.

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