Cenário

Comércio cresce 2,3%, mas selic elevada e inflação acima da meta ameaçam setor

Mesmo com avanço nas vendas no comércio, custo do crédito e perda de confiança dos consumidores acendem sinal de alerta para os próximos meses.

Varejo da Paraíba cresce mais de 11% e economista destaca que estado contraria índices nacionais

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Os primeiros meses de 2025 trouxeram um respiro para o comércio varejista brasileiro, com crescimento de 2,3% nas vendas no primeiro bimestre, comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados do IBGE mostram que segmentos como veículos (+9,5%), móveis e eletrodomésticos (+6,9%) e materiais para construção (+6,7%) puxaram o bom desempenho do setor.

Apesar dos números positivos no curto prazo, o comércio enfrenta um cenário macroeconômico desafiador. A taxa Selic em alta, atualmente em 14,25% ao ano, somada à inflação acima da meta, acende um alerta para os próximos meses.

“Os patamares elevados da Selic e a inflação são os principais vilões do comércio. Os lojistas não conseguem oferecer preços competitivos, afastando os consumidores – muitos dos quais já não têm acesso ao crédito”, afirma Maurício Stainoff, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDLESP).

O ambiente de juros elevados afeta diretamente a capacidade de compra da população. Segundo o Banco Central, a taxa média de juros do cartão de crédito empresarial atingiu 142,3% ao ano em fevereiro. Paralelamente, a inadimplência segue em alta com 69,66 milhões de consumidores negativados em março, de acordo com a CNDL e o SPC Brasil.

“A elevação dos juros compromete o consumo e reduz a margem das empresas. É um ciclo que exige planejamento. Boas práticas de gestão financeira, como controle de fluxo de caixa e condições diferenciadas para pagamentos à vista, podem mitigar os riscos”, destaca Stainoff.

Confiança do comércio em queda 

Os indicadores de confiança refletem o descompasso entre os bons resultados recentes e as perspectivas abaixo para o futuro. Em março, o Índice de Confiança do Comércio caiu para 83,1 pontos, o menor nível desde 2021. O componente que mede as expectativas futuras também recuou fortemente, sinalizando um horizonte de incertezas.

“O comércio precisa de previsibilidade, confiança e crédito acessível para se manter em crescimento”, reforça Maurício Stainoff.

Diante do atual panorama econômico, a chave para superar esses desafios está na capacidade dos lojistas de se adaptar às novas condições do mercado e buscar soluções inovadoras para manter a competitividade.

“A adoção de estratégias digitais e a diversificação de meios de pagamento são caminhos fundamentais para atravessar 2025 com resiliência. O consumidor está cada vez mais conectado, e os lojistas que investirem em experiências digitais tendem a se destacar”, finaliza Stainoff.

Sobre a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo 

A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDL-SP) é a principal entidade que representa o comércio e serviços no estado. Ela reúne as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) e trabalha para apoiar as empresas do setor, defendendo seus interesses e ajudando no seu desenvolvimento.

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