Economia

Ouro bate recorde e se aproxima de US$ 2 mil a onça-troy

Na Bolsa de Chicago, nos Estados Unidos, o contrato futuro do ouro com vencimento em dezembro (mais negociado) sobe 2%, a US$ 1.963,50 por volta de 18h. No ano, ele se valoriza 27%.

Ouro bate recorde e se aproxima de US$ 2 mil a onça-troy

"É um metal escasso e, com a queda de juros, o seu custo oportunidade melhorou. Com juros baixo, não é tão ruim segurar ouro", diz Rodrigo Knudsen, gestor de fundos da Vítreo. — Foto:Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) — O preço do ouro em dólares bateu recorde nominal (sem contar a inflação) nesta segunda-feira (27) pelo terceiro pregão seguido. O metal fechou cotado a US$ 1.935,18 (R$ 9.985,52) a onça troy (31,1035 gramas) em Londres, alta de 1,8%. Na máxima do pregão, foi a US$ 1.945,72. No ano, há uma alta de 28%.

Na Bolsa de Chicago, noes Estados Unidos, o contrato futuro do ouro com vencimento em dezembro (mais negociado) sobe 2%, a US$ 1.963,50 por volta de 18h. No ano, ele se valoriza 27%.

Os valores desbancam 2011, quando o metal chegou ao pico da alta iniciada na crise de 2008. Em 5 de setembro de 2011, o ouro fechou cotado a US$ 1.900 e durante o pregão do dia 6 de setembro de 2011, chegou a US$ 1.921,15.

Ajustado pela inflação americana, o recorde é de 1980, depois do segundo choque do petróleo, quando o metal foi a US$ 850, que equivalem a US$ 2.816,55 hoje.

No Brasil, o contrato de ouro negociado na Bolsa brasileira fechou em alta de 0,8%, a R$ 318,50 a grama. O contrato padrão no Brasil corresponde a um lingote de 250 gramas (R$ 79.625,00).

“É um metal escasso e, com a queda de juros, o seu custo oportunidade melhorou. Com juros baixo, não é tão ruim segurar ouro”, diz Rodrigo Knudsen, gestor de fundos da Vítreo.

A recente valorização teve início em maio de 2019, com a piora da guerra comercial entre China e Estados Unidos e sinalizações de cortes de juros nos EUA.

Nas últimas semanas, os conflitos entre as maiores economias do mundo se agravaram e consulados foram fechados. Em meio à crise diplomática entre Washington e Pequim, aviões militares americanos foram avistados no domingo (26) a menos de 100 km de Xangai, o mais próximo registrado nos últimos anos.

Além disso, com a crise do coronavírus, investidores esperam que o Fed, banco central dos EUA, sinalize nesta semana que os juros vão ficar próximos de zero por ainda mais tempo. Na última reunião, em junho, a autoridade monetária indicou que a taxa de juros permaneceria nesse patamar até 2022.

Juros menores por mais tempo aumentam a procura por ouro, já que o Tesouro americano, outro ativo de segurança, terá rentabilidade quase zero.

Outro fator que contribui para a alta do ouro é a perda de valor do dólar, também tido como investimento de segurança. A moeda americana se desvaloriza ante as principais divisas globais nos últimos sete pregões e foi ao menor patamar desde junho de 2018, segundo índice da Bloomberg, nesta segunda.

No Brasil, o dólar recuou 0,86%, a R$ 5,1610. O turismo está a R$ 5,45.

Segundo analistas, o dólar perde força à medida que o governo americano se endivida para promover estímulos à economia.

Nesta semana, democratas analisam um novo projeto de US$ 1 trilhão de dólares, apresentado por republicanos no Senado.

Com os pacotes governamentais e estímulos de bancos centrais, há grande liquidez disponível nos mercados, mas faltam produtos com rentabilidade atrativa, o que explica a alta do ouro e a alta das Bolsas de Valores.

Nesta sessão, a Bolsa brasileira voltou aos 104 mil pontos, com alta de 2%. Investidores estão otimistas quanto aos resultados do segundo trimestre, especialmente os da Vale, que saem nesta quarta (29). As ações da companhia subiram 4,7%, a R$ 61,37.

No setor bancário, também houve forte alta. As ações preferenciais (sem direito a voto) do Bradesco subiram 4,6% e as ordinárias, 4,15%, Itaú teve alta de 5% e Santander de 1,7%. Apesar da saída de seu presidente, Rubem Novaes, o Banco do Brasil subiu 2,8%.

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