Economia

Produção industrial tem melhor outubro desde 2012

O resultado fez com que a indústria registrasse a terceira alta seguida do setor -algo que não ocorria desde o fim de 2017, destacou o IBGE.

Produção industrial tem melhor outubro desde 2012

A produção de bens de capital cai por quatro meses consecutivos, o que sugere uma potencial redução da dinâmica dos gastos com investimentos, na avaliação do banco americano Goldman Sachs, que divulgou relatório sobre o tema. — Foto:Reprodução

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O crescimento dos produtos alimentícios, principalmente açúcar e suco de laranja, mais a alta nos produtos farmoquímicos e farmacêuticos, ajudaram a indústria brasileira a crescer 0,8% em outubro, informou nesta quarta-feira (4) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado fez com que a indústria registrasse a terceira alta seguida do setor — algo que não ocorria desde o fim de 2017, destacou o IBGE. Também foi o melhor mês de outubro desde 2012, quando a produção industrial registrou aumento de 1,5%.

Em relação a outubro do ano passado, a produção registra alta de 1%.

Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, o aumento na massa salarial, do crédito, a inflação baixa e a liberação do FGTS contribuíram para a alta na produção industrial.

“O crescimento da indústria vem sendo influenciado pela demanda doméstica e por uma pequena melhora no mercado de trabalho. Essa melhora mostra uma mudança no setor industrial, que até metade do ano estava negativo”, disse Macedo.

A produção de bens de consumo duráveis foi o destaque, com alta de 1,3% em relação a setembro. Bens de consumo não duráveis registraram crescimento de 1,0%, A produção de bens intermediários, por sua vez, avançou 0,3%.

A economista Renata de Mello Franco, do FGV Ibre, se surpreendeu o resultado dos bens de consumo duráveis.

“Pode ser consequência da liberação da parcela do FGTS em setembro e de um cenário interno com inflação baixa, crédito mostrando expansão, massa salarial e mercado de trabalho se recuperando”.

Porém, persiste a queda de 0,3% na produção de bens de capital.

Renata de Mello Franco viu como “preocupante” o resultado dos bens de capital. “Esperamos que com uma melhora do cenário interno, perspectiva de avanços no ano que vem e a queda da incerteza dos investidores, bens de capital possa se recuperar no próximo ano”, disse a economista.

A produção de bens de capital cai por quatro meses consecutivos, o que sugere uma potencial redução da dinâmica dos gastos com investimentos, na avaliação do banco americano Goldman Sachs, que divulgou relatório sobre o tema.

A instituição interpreta como sólido o resultado de outubro, mas destaca que ele ainda está longe do pico mensal da série histórica, de 15,8%, registrado em maio de 2011.

No acumulado de janeiro a outubro, o cenário ainda é de retração. No período registra-se queda de 1,1%. O resultado de outubro também vem ligeiramente abaixo do de setembro, quando a produção mensal registrou crescimento de 1%.

Três das quatro grandes categorias econômicas, além de 14 dos 26 ramos pesquisados, tiveram avanços no décimo mês de 2019. O segmento de produtos alimentícios cresceu 3,4%, enquanto os farmacêuticos e farmoquímicos mostraram expansão de 11,2%.

Entre os segmentos que se destacaram positivamente estão máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,9%), celulose, papel e produtos de papel (2,4%), impressão e reprodução de gravações (15,3%), máquinas e equipamentos (1,4%), outros produtos químicos (1,1%), produtos de minerais não-metálicos (1,8%) e bebidas (1,6%) foram outros setores que também tiveram impactos positivos relevantes.

Outros ramos que cresceram foram produtos do fumo (8,5%), produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (0,3%), outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (4,7%) e produtos diversos (1,6%).

Por outro lado, a metalurgia caiu pelo quinto mês seguindo, registrando retração de 3,2% em outubro. Em relação a setembro, coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis também tiveram queda de 2,1%. As indústrias extrativas foram outro registro negativo de outubro, com queda de 1,1%.
“Esses três segmentos têm forte impacto no contexto do setor industrial, mas o maior deles decorre dos derivados do petróleo. Na metalurgia, a sequência de quedas ocorreu principalmente nos produtos siderúrgicos”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.

Para a economista Renata de Mello Franco, do FGV Ibre, o resultado foi bastante positivo, mas é necessário comparar o que aconteceu com as indústrias de transformação e extrativa.

“A indústria extrativa vem com dificuldades desde a tragédia de Brumadinho (MG), enquanto a indústria de transformação mostra sinais de melhora, com um acumulado do ano mostrando resultados positivos”, disse a economista. Em outubro, as indústrias de transformação subiram 0,8%.

A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias mostrou retratação de 0,6%, enquanto móveis teve queda de 5,6%.

Os números são todos com base na comparação com o mês imediatamente anterior, no caso, setembro de 2019.

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