Amplamente atingidos pelas políticas de isolamento social, os setores de bares, restaurantes e hotéis lideram as negociações com trabalhadores em meio à pandemia do novo coronavírus. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (23) pelo Salariômetro, 56 acordos foram firmados pelos segmentos nos meses de março e abril.
O levantamento mostra que os cortes salariais, a redução das jornadas, a suspensão dos contratos de trabalho e a antecipação de férias coletivas foram as cláusulas mais negociadas até o momento no Brasil em acordos e convenções coletivas.
As atividades de transporte, armazenagem e comunicações (55), de comércio atacadista e varejista (33) e de confecções, vestuário e calçados (30) também registraram um alto número de negociações entre patrões e trabalhadores.
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Os dados do Salariômetro levam em conta 192 acordos coletivos e 63 convenções coletivas firmados no período compreendido entre março e abril, período de avanço do novo coronavírus no território nacional, que resultou no fechamento de diversos segmentos de atividade.
Negociações – Entre os acordos firmados no período, a maioria deles (71,2%) resultou em reduções das jornadas de trabalho em 50% ou 25%. Houve ainda negociações que resultaram na diminuição das jornadas em 70%.
Sob o ponto de vista salarial, os cortes de 50% e 25% nas remunerações oferecidas aos profissionais também correspondem a mais de 70% dos acordos firmados. Em 26% das oportunidades, a redução salarial alcançou os 70%.
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Os dados do Salariomêtro mostram ainda que os acordos preveem que redução dos salários persistirá por, em média, 2,9 meses. Já a vigência média da suspensão dos contratos de trabalho será de 2,2 meses.
A possibilidade de flexibilização com redução salarial e de jornadas integram a MP (Medida Provisória) 936, assinada na tentativa de conter o desemprego e minimizar os impactos da crise econômica no Brasil. Segundo o Ministério da Economia, os acordos já superam os 2,4 milhões.