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Professor de português explica a diferença entre falha e desvio para redação do Enem 2020

Erik Anderson mostra qual erro compromete mais a nota do aluno durante correção do texto

Professor de português explica a diferença entre falha e desvio para redação do Enem 2020

O professor de português Erik Anderson — Foto:Reprodução

O aluno que deseja atingir nota 1000 na redação do Enem 2020 pode cometer, no máximo, dois desvios e somente uma falha na elaboração do texto. O professor de português Erik Anderson explica a diferença entre os dois tipos de erros e, segundo ele, o peso da falha é maior que o do desvio porque a falha compromete a fluência, provocando lacunas estruturais no texto. 

“Para superar essas dificuldades, é importante o aluno revisar os tópicos gramaticais relativos à competência um e praticar a produção, sempre acompanhada de uma revisão atenta antes da versão final”, defende. 

Enquanto o desvio corresponde ao desrespeito à gramática normativa, a falha, por sua vez, é uma espécie de “tropeço” ligado à estrutura sintática, ou seja, à construção da frase, da oração e do período. “No que diz respeito à falha, o aluno precisa estar atento às orações coordenadas e subordinadas. É importante sempre observar se as estruturas estão completas, para não deixar lacuna”, explica o professor. 

Como exemplo, Erik Anderson cita a seguinte estrutura: “Se ele escreve: ‘O governo deve investir em educação. Para melhorar os índices de escolaridade da população’, comete uma falha, uma vez que o uso do ponto isolou a oração subordinada da oração principal no período. Se você ler só essa segunda parte, vai perceber que ela não tem sentido completo, pois é parte da oração anterior. Nesse caso, ele poderia usar a vírgula ou não, mas nada de ponto”, descreve.

Já em relação ao desvio, o educador mostra que esse diz respeito a quatro aspectos: convenção escrita (acentuação, hífen, ortografia, separação silábica); gramatical (regência, pontuação, concordância, colocação pronominal crase); escolha de registro, optando-se pela formalidade escrita (deve-se evitar coloquialismos, gírias, palavras incompletas como “tá”, no lugar de “está”); e escolha vocabular (aqui é preciso ter muito cuidado com palavras parecidas como “inflação” e “infração”).

Desvios e falhas mais comuns — Entre os desvios mais comuns estão as omissões de acento gráfico ou seu emprego indevido (como na palavra “item”, que não possui acento gráfico); concordância verbal quando o sujeito está deslocado (exemplo: “ocorreu, durante séculos, muitas revoluções”, quando o verbo deveria estar no plural); erro no emprego do acento grave (é frequente o uso de frases como “A crise econômica tem-se agravado devido a pandemia”, na qual a crase é obrigatória em razão da regência e da presença da palavra feminina); e o uso recorrente de expressões como “afim de” no lugar de “a fim de”, com a ideia de finalidade. 

Já entre as falhas mais comuns, o professor cita o uso equivocado do ponto. “Se pensarmos na construção: ‘Muitas pessoas estão usando estrategicamente a inteligência artificial para entender os hábitos de consumo das pessoas. Objetivando criar propaganda direcionadas’, veja que a segunda parte não sobrevive semanticamente sem a primeira,  que torna a estrutura deficitária. O ponto deveria ser substituído pela vírgula. Agora vamos a um exemplo contrário: ‘Muitas empresas estão usando estrategicamente a inteligência artificial para entender os hábitos de consumo das pessoas, isso é feito com o objetivo de criar propagandas direcionadas e captar clientes em potencial’. A vírgula está erradamente no lugar do ponto, pois a estrutura iniciada por “isso” constitui um período dotado de sentido completo e independente sintaticamente do anterior, razão pela qual deveria haver pausa maior que a da vírgula.

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