Diante dos elevados índices de violência praticados contra as mulheres, tanto em todo o Brasil quanto na Paraíba, uma estudante do Bacharelado em Educação Física da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) desenvolveu um projeto que ajuda as mulheres a se defenderem dos ataques de agressores, por meio de técnicas de defesa pessoal, utilizando artes marciais e outros conhecimentos corporais.
A iniciativa é realizada dentro do conjunto de ações extensionistas desenvolvidas pela Coordenadoria de Esporte e Lazer (COEL) da Instituição, que tem dado todo incentivo para a execução do trabalho.
Intitulado “O uso da defesa pessoal feminina no combate à violência no cotidiano”, o projeto da estudante Romênia Soares Barreto, com orientação do professor Eugênio Eloi, coordenador de Esportes e Lazer da UEPB, visa dotar as mulheres de informações e práticas que as ajudem na defesa pessoal diante de eventuais ataques físicos os psíquicos.
As aulas são realizadas na Sala de Dança do Departamento de Educação Física (DEF), às terças e quintas, das 12h às 13h. Além da estudante Romênia Soares, colaboram com a iniciativa os estudantes Igor Delfino Gomes da Silva e Cipriana Cássia de Almeida Xavier.
Realizado desde agosto deste ano, o projeto envolve mais de 15 participantes e visa promover conhecimentos variados voltados não apenas a treinos físicos, mas também ao trabalho de linguagem corporal, competências psicológicas e verbais. Ainda na parte teórica, o projeto recorre a um acervo bibliográfico de diversos autores que defendem o tema, além de fornecer informações sobre a Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), que tem por objetivo coibir e prevenir a violência contra a mulher.
Romênia observa que, no decorrer das aulas, as participantes vêm desenvolvendo autoconfiança, controle do medo, coordenação motora, atenção, agilidade e rápida reação a um possível ataque de agressor.
Segundo ela, todas as alunas passaram a ter avanços significativos na prática da autodefesa, mesmo não tendo contato anterior com nenhuma arte marcial, o que está promovendo empoderamento, autoestima e socialização para este público.
Professor Eugênio destaca a importância da iniciativa e salienta que a pretensão da COEL é ampliar o número de vagas nas próximas turmas a serem formadas. Ele ressalta que a iniciativa surgiu devido a uma necessidade social percebida pela Universidade de fazer uma intervenção prática no que diz respeito à defesa da mulher. As vagas são abertas para as alunas da UEPB e também para o público feminino externo.
“É um trabalho que deu certo e vamos trabalhar para ampliar o número de vagas no próximo ano”, enfatiza.