Candidatos afirmam que houve erros também na aplicação de outros testes psicológicos — Foto:Reprodução
Dezenas de candidatos que realizaram o concurso da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb) da Prefeitura de João Pessoa (PMJP) vão ingressar com recursos administrativos e com mandados de segurança devido a irregularidades no teste psicotécnico. Alguns já entram hoje mesmo na Justiça. Entre as irregularidades, está um teste que está desatualizado e não deve mais ser aplicado em concurso público.
Trata-se do EFN (Escala Fatorial de Neuroticismo). “Todo teste psicológico tem um prazo de validade para apresentação das normas técnicas dele. E as normas técnicas desse instrumento venceram no dia 11/04/18, e quando se vence essa norma técnica, o teste fica desfavorável, então não se pode utilizar. A data da aplicação da avaliação psicológica foi no dia 27/05/18, o que invalida o processo de avaliação, haja vista que foi utilizado um teste que está desfavorável”, explicou o psicólogo Joalisson de Almeida Gomes (CRP 13/7917).
Ele disse, ainda, que é responsabilidade do psicólogo a avaliação da validade dos instrumentos. “Existe uma resolução do Conselho Federal de Psicologia que assegura que a utilização de um instrumento que esteja desfavorável é uma falha inclusive ética e em hipótese alguma pode ser utilizado um teste para o processo de avaliação psicológica, salvo para fins de pesquisa. Isso torna o processo inválido”, disse o profissional.
Um dos candidatos, Ricardo Carneiro, informmou que ele integra um grupo de candidatos que já entrou com a denúncia no Ministério Público e ele entrará também com recurso administrativo junto à banca. Segundo ele, o número de candidatos considerados inaptos pela banca após os testes psicológicos foi “atípico”, porque de pouco mais de 260 que foram chamados para fazer o teste, mais de 100 foram considerados inaptos.
“É um caso atípico a reprovação de pessoas, nessa quantidade, no exame psicológico. Para você ter uma ideia, o concurso da PM, com mais de 2 mil candidatos, só foram 27 inaptos”, argumentou Ricardo Carneiro, que vê erro por parte da banca. “E principalmente, a quantidade de candidatos dentro das vagas que foram reprovados”, frisou.
Além desse teste, há candidatos que apontam erros em outros testes aplicados pela banca organizadora do concurso, que foi o Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo (Ibade). Entre eles, a parte de raciocínio lógico.
O Conselho Regional de Psicologia da Paraíba foi procurado por diversos candidatos e neste momento estão reunidas a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) e a Comissão de Avaliação Psicológica, tratando sobre o caso.
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