Trabalho

Governo estuda flexibilizar lei do aprendiz

A análise está sendo feita pelo Ministério da Economia, que vem recebendo demandas da iniciativa privada por mudanças.

Governo estuda flexibilizar lei do aprendiz

Entre as empresas interessadas em mudanças estão as de segurança e transporte de valores, que levaram seus pleitos às equipes dos ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil). — Foto:Reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo estuda uma revisão nas normas da aprendizagem para reduzir a exigência de contratações em determinados setores. A análise está sendo feita pelo Ministério da Economia, que vem recebendo demandas da iniciativa privada por mudanças.

A revisão acontece com base nas normas infralegais da aprendizagem (como decretos e portarias), mas os técnicos também participam de discussões no Congresso para mudar a lei em si. O objetivo é enxugar e flexibilizar as regras sobre o tema.

A lei da aprendizagem (10.097/2000) determina que empresas de médio e grande porte devem contratar jovens entre 14 e 24 anos como aprendizes, que devem frequentar uma instituição capacitadora (como entidades do Sistema S). O número de participantes do programa deve ser de 5% a 15% do total de empregados de cada empresa.

Entre as empresas interessadas em mudanças estão as de segurança e transporte de valores, que levaram seus pleitos às equipes dos ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil).

As companhias reclamam que o número mínimo de aprendizes a serem contratados é calculado com base em um percentual sobre o total de empregados, o que eleva a necessidade de contratações de tal maneira que muitas empresas não conseguiriam cumprir a lei e receberiam multas por isso.

Como argumento, afirmam ainda que os aprendizes não poderiam atuar em campo por não recebem treinamento adequado e ainda ficarem expostos a perigo.

As companhias pedem que o percentual mínimo de aprendizes seja calculado apenas considerando a área administrativa. Na prática, a mudança levaria a uma menor exigência de contratações. O Ministério da Economia incorporou a demanda em análises técnicas e debates sobre o tema.

Jeferson Furlan Nazário, presidente da Fenavist (federação que representa as empresas do setor), afirma que o governo já concordou com o pleito. “Eles nos falaram que estão estudando mudanças [nas normas] para o começo do ano e que contemplariam essa reivindicação do nosso setor e de outros”, diz.

O governo também conversa sobre a flexibilização nas normas com parlamentares, como o deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP) –que vem promovendo seminários e debates sobre a criação de um estatuto da aprendizagem.

Ele afirma que, enquanto o Executivo trabalha no enxugamento de normas infralegais, o Congresso prepara mudanças na lei sobre o tema.

O deputado diz que está em contato com técnicos do governo, que defendem o enxugamento das normas. “Essa quantidade enorme de normas infralegais deturpou a lei. Ela acaba perdendo sua eficiência”, diz Bertaiolli.

Entre as mudanças em discussão pelo Congresso estão a redução da carga horária exigida para capacitação e imple-mentação do ensino a distância para os aprendizes. Para ele, as mudanças devem aumentar a contratação de jovens.

Os trabalhos com base na lei de aprendizagem representam mais uma iniciativa do governo para enxugar e flexibilizar normas ligadas ao universo trabalhista.
Em novembro, o Ministério da Economia editou a medida provisória que instituiu o contrato de trabalho verde e amarelo e, ao mesmo tempo, afrouxou regras trabalhistas. Foi liberado o trabalho aos domingos e feriados e a abertura de agências bancárias aos sábados, assim como ampliada a proibição de multas na primeira inspeção de fiscais.

O governo também tentou fazer as mudanças por meio do envio da MP da liberdade econômica, enviada em maio de 2019. Mas boa parte delas caiu durante a tramitação no Congresso.

Agora, o governo também prepara uma mudança nas normas sobre a adesão a sindicatos. A justificativa é dar ao trabalhador mais liberdade para escolher a entidade à qual deseja se associar.

COMPARTILHE

Bombando em Emprego

1

Emprego

Concurso da Prefeitura de Mamanguape tem inscrições reabertas e passa a ofertar 260 oportunidades

2

Emprego

Campina Grande inicia semana com 92 oportunidades de emprego; confira

3

Emprego

Sine oferta mais de 290 vagas de emprego em João Pessoa esta semana

4

Emprego

Paraíba tem mais de 400 vagas de emprego esta semana; confira lista

5

Emprego

Sine oferece mais de 400 vagas de emprego em 11 municípios; confira oportunidades