Emprego

Taxa de desemprego é a menor desde 2016, mas renda cai 8,8% em um ano

No trimestre de dezembro a fevereiro, a taxa de desemprego baixou para 11,2%. É a menor para o período desde fevereiro de 2016.

Taxa de desemprego é a menor desde 2016, mas renda cai 8,8% em um ano

O resultado veio um pouco abaixo das expectativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 11,4%. — Foto:Reprodução

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) — O desemprego voltou a recuar no Brasil, mas a renda média do trabalho ainda mostra fragilidade, com queda real de 8,8% em um ano, indicou nesta quinta-feira (31) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No trimestre de dezembro a fevereiro, a taxa de desemprego baixou para 11,2%. É a menor para o período desde fevereiro de 2016.

O resultado veio um pouco abaixo das expectativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 11,4%.

Já a população desempregada, caracterizada por não ter trabalho e seguir à procura de vagas, caiu para 12 milhões.

A taxa de desocupação estava em 11,6% entre setembro e novembro de 2021, o trimestre imediatamente anterior da série comparável. Naquela ocasião, o número de desempregados era de 12,4 milhões.

No trimestre até fevereiro de 2021, um ano antes do período mais recente com dados disponíveis, a taxa era de 14,6%, e a população desocupada somava 14,9 milhões de pessoas.

Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento analisa tanto o mercado de trabalho formal, com carteira assinada ou CNPJ, quanto o informal. O segundo inclui os populares bicos.

“No trimestre encerrado em fevereiro, houve retração da população que buscava trabalho [desempregada], o que já vinha acontecendo em trimestres anteriores”, afirmou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

“A diferença é que nesse trimestre não se observou um crescimento significativo da população ocupada [com algum trabalho]”, completou.

O número de pessoas ocupadas, tanto no setor formal quanto no informal, foi estimado em 95,2 milhões até fevereiro.

Houve leve variação de 0,3% frente ao trimestre imediatamente anterior (94,9 milhões), o que o IBGE chama de estabilidade.

De acordo com Beringuy, isso pode sinalizar uma volta do mercado de trabalho a padrões de sazonalidade do pré-pandemia.

É que, historicamente, nos trimestres encerrados em fevereiro, havia perda de fôlego na população ocupada, devido a fatores como o desligamento de trabalhadores temporários.

No confronto anual, o número de ocupados teve alta de 9,1% ante o período finalizado em fevereiro de 2021 (87,3 milhões).

RENDA EM NÍVEL BAIXO

A renda média recebida pelo trabalho, que vinha recuando, foi estimada em R$ 2.511 no intervalo até fevereiro.

O resultado sinaliza que o rendimento até parou de cair na comparação com o trimestre imediatamente anterior (R$ 2.504), apresentando relativa estabilidade (0,3%), segundo o IBGE.

Contudo, a renda segue fraca, se confrontada com outros momentos da série histórica.

O valor de R$ 2.511, que leva em conta a inflação, é o menor já registrado nos trimestres até fevereiro desde o início da série histórica da Pnad, em 2012.

Na comparação anual, o rendimento caiu 8,8% frente a fevereiro de 2021. À época, a renda média era de R$ 2.752.

“A fraqueza da economia e a alta dos preços continuam respingando no rendimento médio real, que ficou em R$ 2.511, patamar muito baixo historicamente”, diz a economista Claudia Moreno, do C6 Bank.

“O desemprego em patamar elevado e a inflação em alta continuarão pressionando para baixo a renda real do trabalhador”, emenda.

AUTÔNOMOS RECUAM, EMPREGADOS COM CARTEIRA SOBEM

Outro destaque dos dados divulgados nesta terça foi o recuo no número de trabalhadores por conta própria, que haviam ganhado força ao longo da pandemia.

O contingente nessa situação foi estimado em 25,4 milhões de pessoas até fevereiro. Houve baixa de 1,9% frente ao trimestre imediatamente anterior, o que representa uma redução de 488 mil autônomos. Desse grupo, 355 mil eram informais, já que atuavam sem CNPJ.

No sentido contrário, o número de empregados com carteira de trabalho no setor privado subiu para 34,6 milhões. Houve avanço de 1,1% frente ao trimestre anterior, o que corresponde a 371 mil pessoas a mais nessa condição.

Segundo Adriana Beringuy, do IBGE, a interrupção do processo de queda da renda média, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, está associada a esses comportamentos distintos entre emprego com carteira e trabalho por conta própria informal.

É que os autônomos sem CNPJ costumam ter rendimento mais enxuto. Com a saída de parte deles do mercado e a alta na carteira assinada, a renda média ficou relativamente estável frente a novembro de 2021, mas em um patamar que continua muito baixo.

“Ainda não dá para saber se isso [aumento do emprego com carteira e recuo dos autônomos] vai continuar ou não”, ponderou Beringuy.

INFLAÇÃO E JUROS DEVEM FREAR REAÇÃO

O mercado de trabalho tenta se recuperar do baque provocado pela pandemia. Com os efeitos da crise sanitária, o desemprego teve um salto no país. Segundo a Pnad, o número de desocupados chegou a romper a faixa dos 15 milhões no começo de 2021.
Com a reabertura da economia, houve um processo de volta ao mercado, e a desocupação passou a ceder nos últimos trimestres.

De acordo com economistas, a recuperação mais consistente do emprego e da renda depende do crescimento da atividade econômica como um todo.

O problema é que as previsões sinalizam baixo desempenho para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2022, sob efeito da inflação persistente e dos juros altos.

O mercado financeiro prevê leve avanço de 0,5% para o PIB deste ano, mostra o boletim Focus, divulgado pelo BC (Banco Central).

“Nossa estimativa é que a taxa [de desemprego] continue caindo nas próximas divulgações, mas que volte a subir no final do ano puxada pela desaceleração da economia”, projeta a economista Claudia Moreno, do C6 Bank.

Pesquisa Datafolha indicou piora em março na percepção da população sobre o mercado de trabalho.

Conforme o levantamento, 50% dos brasileiros acreditam em aumento do desemprego, enquanto 20% apostam em diminuição. Em dezembro, essas parcelas estavam empatadas, com 35% para cada uma.

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