Folha Online
Rotulado por ter desempenho melhor quando joga contra times mais abertos, o Brasil demonstrou melhora do primeiro para o segundo jogo da Copa do Mundo ao ficar menos com a posse de bola e trocou a afobação pela precisão.
Durante a criticada atuação contra a Coreia do Norte, na vitória por 2 a 1, o time de Dunga teve 63% de posse de bola, de acordo com números do Datafolha. Afobado, arriscou muitos chutes, a maioria deles de longe, sem direção, diante da dificuldade de criar jogadas. Foram 26 arremates 16 para fora, e dez no gol.
Já na boa exibição contra a Costa do Marfim, o time perdeu o tempo de bola nos pés e teve 56% de posse. Mais equilibrado, o número de chutes caiu para menos da metade: 12 seis para fora e seis no gol.
A precisão do time brasileiro pode ser confirmada pelos autores dos gols no jogo. Luis Fabiano conseguiu ter 100% de aproveitamento e fez os dois gols nas duas conclusões que teve. Já Elano, autor do terceiro gol, deu dois chutes e fez um gol.
Curiosamente, para realçar ainda mais a precisão brasileira na partida, os autores dos gols foram os atletas que menos receberam bolas no jogo dos dez jogadores de linha que iniciaram a partida.
Elano recebeu só 16 bolas, e Luis Fabiano, 22. O que mais vezes recebeu passes dos companheiros foi Felipe Melo, com 41 bolas recebidas, seguido por Kaká, com 38. Kaká, por sinal, deu um único cruzamento para a área no jogo: o que resultou no gol de Elano, no segundo tempo.