
Foto: Reprodução/TV Treze
Dois dias depois de publicar uma carta de renúncia, o presidente Artur Bolinha e os demais membros da diretoria executiva do Treze decidiram recuar, pelo menos temporariamente, da decisão. Atendendo a uma solicitação do próprio Conselho Deliberativo, o mandatário seguirá no cargo até que novas eleições sejam convocadas.
Bolinha foi eleito por aclamação em maio de 2023, e o próximo pleito estava previsto para maio do próximo ano. Agora com a renúncia, o próximo passo do Galo é convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para oficializar a antecipação do processo eleitoral, e então definir o calendário da votação e abrir prazo para a inscrição das chapas.
“O Conselho pediu que a gente pudesse aguardar enquanto cuida dos trâmites para convocar novas eleições, exatamente para não deixar o clube à deriva. A gente vai dar o tempo necessário, mas nós perdemos o sentido maior de ficar até o último dia do nosso mandato, porque realmente faltou respeito. Desde que fomos eliminados na Copa do Nordeste, toda tolerância, compreensão e bom senso simplesmente deixou de existir. Os ataques aumentaram e saiu do campo do futebol, entrou na questão pessoal”, explicou o até então presidente em coletiva na quarta-feira (4).
Além do presidente, também vão deixar o Treze em breve: os vices-presidentes executivos Marcelo da Costa Nóbrega e Walter Amorim de Araújo, os diretores de futebol Lúcio Almeida Prazeres e Igor Costa, o diretor de futebol de base Alex Araújo, o diretor financeiro Raul Felipe Montenegro, o diretor jurídico Alberto Campos, o diretor de marketing Cláudio Simão, e o diretor de patrimônio Antônio Rodenbusch Neto.
Ainda sobre as motivações da renúncia, o mandatário enfatizou que sabe lidar com críticas, mas que os ataques ultrapassaram os limites do razoável, a ponto de tornar inviável a permanênca no cargo. Segundo Bolinha, a gota d’água foi a derrota do Treze por 3 x 0 para o Central, no último sábado (31), na 7ª rodada da Série D.
“Sou muito aberto à críticas. Todo mundo erra, intencionalmente ou não, faz parte. Futebol impõe desafios enormes. Por exemplo, estamos disputando a Série D, são 64 clubes e apenas quatro sobe. O torcedor, muitas vezes movido por passionalidade, critica, pede renúncia, e quem está à frente tem que ter grandeza e entender que isso faz parte. Agora, quando a coisa toma uma conotação de execração pública, de desmoralização pública, perde o sentido. Essa diretoria está aqui por amar o Treze”, disse.
Balanço da gestão no Treze
Na avaliação do mandato, Bolinha disse que assumiu um clube desestruturado em muitos sentidos e se dedicou à reconstrução do Treze. Por isso, considera que sua gestão teve um saldo mais positivo do que negativo.
“Nós pegamos o Treze em uma situação absolutamente deplorável em todos os sentidos. O clube não tinha uma camisa de treino, não tinha estrutura em nada, funcionário atrasado, sem crédito algum. O departamento jurídico com inúmeras ações trabalhistas, tudo correndo a revelia. O campo do PV estava completamente entregue, sem condições de ter jogo. Sem calendário. Conseguimos equilibrar e, no saldo, tenho certeza que o balanço da gestão é muito mais positiva do que negativa”, afirmou.