O ex-boxeador americano Rubin “Hurricane” Carter, que causou uma comoção mundial ao ser preso injustamente, morreu neste domingo, aos 76 anos, em sua casa em Toronto, no Canadá. A informação foi confirmada pelo amigo e companheiro de profissão John Artis, que também foi condenado, à rede de notícias “BBC”. Carter passou 19 anos na prisão, acusado por um triplo homicídio em Nova Jersey, nos Estados Unidos, em 1966. A injustiça teria sido motivada por racismo. A sua história inspirou a música “Hurricane”, do cantor e compositor Bob Dylan, o filme “The Hurricane” (“Hurricane – O Furacão”), com Denzel Washington como protagonista, e ainda uma série de livros.
Rubin “Hurricane” foi condenado sem provas em 1967, e foi novamente julgado em 1976, sendo mais uma vez incriminado pelos três assassinatos.
O ex-boxeador ficou famoso por travar uma dura batalha para provar a sua inocência. Após uma campanha que contou com o apoio de estrelas como Bob Dylan e Muhammad Ali, Carter ganhou a liberdade em 1985 com a retirada do processo e a anulação da pena. O juiz que cuidou do caso na época afirmou que conclusões sobre a prisão foram “com base no racismo e não na razão, assim como na ocultação da verdade”.
“Hurricane” teve a sua promissora carreira nos ringues interrompida ao ser surpreendido pela polícia quando andava de carro com amigos. Antes de ser preso, ele era o favorito ao cinturão dos pesos médios de 1966, aos 29 anos. Duas testemunhas que teriam visto o triplo homicídio em um bar da cidade americana confirmaram Carter e Artis como os autores do crime. O amigo ficou preso por 15 anos.
Carter lutava contra um câncer na próstata e morreu enquanto dormia, segundo Artis.